v i n t e

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Novamente, está obscuro, mas estou obcecada com isso-

𝓓𝓪𝓵𝓲𝓪 𝓟𝓸𝓿

— Dexter, por favor. — Eu imploro enquanto 'Dexter' se aproxima de mim.

Ele apenas solta um gemido e continua tropeçando em mim.

Ouço outro gemido e olho para a esquerda para ver Mattheo.

Ele se parece exatamente com Dexter, mas não estou segurando seu coração. Ele tem aquele buraco enorme no peito. Ele não tem porra de coração.

Sinto lágrimas inundando meus olhos, mas elas não caem.

— Vocês têm que me ouvir. Seja o que for essa merda, não é real. Vocês estão bem. — Estou tentando me tranquilizar mais do que ninguém.

— Sério, Dalia? Não é real? — Mattheo pergunta. Ele pode andar bem, como se não estivesse faltando a parte mais importante de seu corpo (suas vadias de mente suja), mas ele ainda tem bolsas óbvias sob os olhos, sangue escorrendo de sua boca e um buraco evidente em seu peito.

— Não é real. — Eu repito.

— Eu não acho que você sabe o que é real, Dalia. — Dexter ri. É uma risada vazia.

Volto minha atenção para Dexter.

— Por favor. Não faça isso. Você sabe que não é real. Eu não sei o que diabos é tudo isso, mas eu sei que é falso. — Eu imploro, lágrimas caindo suavemente dos meus olhos.

— Diga-me, Dalia. Você tem 100% de certeza que isso é falso? — Mattheo pergunta, encostado na parede ao meu lado e sorrindo.

— Sim. — Eu digo hesitante.

— Então como você pode sentir isso? — Mattheo pergunta novamente.

— O que– — Eu me interrompo com um grito quando Dexter enfia uma adaga em meu abdômen. Obrigada companheiro. Você sempre foi meu melhor amigo.

Eu grito quando o metal perfura minha pele.

Eu grito, caindo no chão, minhas costas caídas contra a parede, respirando pesadamente.

Dexter se agacha ao meu lado e Mattheo se agacha na minha frente.

Mattheo agarra meu queixo e levanta minha cabeça para olhar para ele.

— Você acha que foi ruim, a dor está apenas começando. Vai doer tanto que você vai nos implorar para matá-la. — Ele sussurra.

— Há anos que estou implorando para que alguém me mate. O sentimento não é novo para mim. — Eu assobio de volta.

Dexter coloca a mão no cabo da adaga e a puxa com força para fora do meu corpo.

Eu grito novamente.

— Não, não, não, não, não. — Eu murmuro, vendo o sangue escorrer da minha pele.

Eu coloco minhas mãos sobre a ferida e pressiono com firmeza na tentativa de aliviar o sangramento.

— Você acha que é tão forte. Que é tão poderosa e invencível. Vamos mostrar o quão frágil você é. — Dexter rosna no meu ouvido.

Eu me inclino contra a parede, mas meu corpo atravessa o suposto tijolo.

Eu caio de costas em uma sala de corpo inteiro correndo, levantando pesos, alongando, praticando feitiços. Tropeço para uma figura no centro da sala, observando todos os outros corpos.

Sou eu.

E os corpos também estão fazendo todo o resto. É tudo eu. Sou eu quem está correndo, levantando pesos, alongando, praticando feitiços.

O que. Realmente. Está. Acontecendo. Porra.

Caminho até mim, a do centro, observando todos.

— Você vai quebrá-los. — Eu suspiro, vendo quanta dor cada corpo está sentindo. Mas sou eu. Eu não sinto nada.

— Só os quebráveis. — O outro eu responde. (alguém, por favor, diga que você entendeu essa referência)

Olho para o meu abdômen e vejo que o buraco onde Dexter me esfaqueou desapareceu, mas ainda posso sentir a dor latejante.

— Que diabos? — Eu murmuro antes de ouvir um som como um trovão. Sinto uma dor horrível no estômago.

Então eu vejo o branco do meu vestido lentamente ficando vermelho.

Eu tropeço para ver Mattheo parado sorrindo, uma arma na mão, o objeto apontando para minha barriga.

Me dê um tempo cara.

Eu caio de joelhos, o sangue no chão espirrando ao meu redor enquanto faço isso.

Mattheo se aproxima de mim e levanta meu queixo novamente.

— O que dissemos. Frágil. — Ele rosna antes de empurrar minha cabeça para trás, então eu caio para trás.

Eu caio de costas e grito quando a dor me inunda.

Eu ouço chamadas de vozes ao meu redor.

— Que diabos está de errado com você?

— Você é tão fraca.

— É triste como você é patética.

— Ela pensou que era tão imparável. Tudo que você tinha que fazer era colocar uma bala em seu estômago. Isso a calou muito rapidamente.

— Levante-se e lute, sua vadia fraca.

— Você é uma vadia patética.

— Você é como todo mundo.

Então ouço gritos e choros.

Minhas mãos voam para meus ouvidos para tentar abafar as vozes repentinas.

As vozes estão ficando avassaladoras, fundidas com os gritos.

Sinto lágrimas escorrendo pelos meus olhos, nem tento contê-las.

Eu grito, tudo ficando demais.

Então meus olhos se abrem.

𝙉𝙪𝙢𝙗 | 𝙈𝙖𝙩𝙩𝙝𝙚𝙤 𝙍𝙞𝙙𝙙𝙡𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora