Gravidade das Estrelas

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O rosto de Mako adquiriu algumas rugas como testemunho de iniciação as habilidades mágicas. Apesar da escolha de ser um Prático, ele gastava um bom tempo lendo, mesmo práticos, deviam ler incontáveis livros, visto que suas magias eram escaladas com sua inteligência. Dos diversos estudos astronômicos escritos pelos teóricos, Mako gostava de ler sobre as eras governadas pelas estrelas. Eras tão antigas quanto os astros, eras antes do mundo ser Obliterado, quando a magia era comum para os primeiros homens e eles não sofriam penalidades pelo uso.

No livro que Mako lia, dizia que;

"Naquele tempo um único mago poderia conjurar raios, fogo e flechas de alma, tempo em que não havia nenhuma limitação do poder. Mas então, a primeira Obliteração veio.

Um Anjo Mágico caiu do céu, como um grande meteoro flamejante em chamas azulada. Esse Anjo veio cobrar o preço das estrelas, e espalhou a magia fragmentada pela Terra. Condicionando as variações do poder, balanceando os seres, a religião e derivações mágicas."

— Preciso organizar todas essas informações, sinto como se meu cérebro ainda não consegue compreender todos esses mistérios — dizia Mako a si mesmo, enquanto se perdia nos mais valiosos segredos.

Enquanto sentado à mesa de leitura na grande biblioteca de Aoklan, depois de passar uma tarde inteira consumido uma pilha de livros, um Ancião com as típicas vestimentas azuis dos teóricos, veio até ele e quebrou o silêncio daquele corredor de livros.

— Aprendiz, tenho reparado que gasta parte de seu tempo aqui estudando. Tem certeza que está com a cor de roupa certa? posso te fazer uma oferta se tiver tendência à escrita — colocou o bibliotecário.

— Eu na verdade considerei ser um escritor, talvez consiga escrever algo algum dia, mas vim aqui com a vocação pra Prático.

— Digo que deveria vestir azul, ler esses livros é receber um magnifico discernimento insaciável, você sempre vai querer aprender mais. Então, imagine o que vai aprender escrevendo-os.

— Pode ter razão, sinto que abri meus olhos pela primeira vez — respondeu — mas eu serei um Prático, eu também já provei do poder da magia, e ele também é insaciável.

— E julga valer a pena uma vida tão curta em troca deste poder? O que vai fazer? Existe um motivo para a magia ter um preço.

— Não devia me encorajar a ser um Prático? A escola está em decadência por não ter catalizadores, poucos aceitam doar suas vidas.

— Acha que o que mantém a academia funcional são os que vem aprendem grandes magias e morrem? os Teóricos são os que fazem ser o que somos.

— E porque não saímos e buscamos catalizadores?

— O único lugar possível para isso, são terras proibidas. Bom, ache algo para focar-se, não vai ter vitalidade pra fazer tudo. O tempo passa, e talvez, você abra o olho amanhã, e toda essa elasticidade de sua pele se perderá — disse o homem, deixando Mako a sós novamente.

Na bagunça de livros em cima da mesa redonda que Mako estava, havia manuscritos de todos os segmentos introdutórios à magia. O regulamento da escola obrigava aos Práticos a conhecerem as variações de poder, antes de procurar os tutores que os ensinariam canalizações avançadas. Diferente das aulas dos teóricos, onde a as aulas eram ministradas de forma mais rígida, os Práticos tinham um ritmo diferente, assim que escolhessem o tipo de magia que queiram aprender.

Depois de passar por vários livros, separado da bagunça um livreto tinha sido escolhido como favorito, e ele virava as páginas do último tipo de magia que faltava conhecer, quase já decidido do que mais gostou. Assim que terminou de ler, fechou o livro com a mão que o equilibrava e levou os olhos ao que havia separado, e ao qual sentiu mais inclinação.

Aspirante à ObliteraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora