A Distorção do Monastério

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Hanna e os gêmeos caçadores andavam até a oficina da igreja afim de se prepararem para lidar com a criatura em uma das torres. O bispo dos três campanário os conduzia, atravessando o salão de bancos vazios, depois de alguns passos ecoando pelas paredes altas alcançaram uma câmara de preparação logo atrás do altar de celebração. Almejavam acabar esse trabalho o quanto antes, pois sentiam-se ameaçados pela influência dos anjos naquele lugar e a preocupação com o bem estar do restante do grupo era presente todo o tempo em suas mentes.

— Pra quê disseram que precisarão do álcool mesmo? — perguntou o calvo bispo, gesticulando com a mão para a porta da câmara entreaberta.

— Estamos sem "poder de fogo", precisamos nos prepara para a criatura — respondeu o gêmeo da orelha direita cicatrizada, referindo-se a falta de Kyo na missão.

— Então esperem aqui, trarei algum álcool — disse o bispo saindo por uma outra porta lateral.

Doran, retirou de sua bolsa alguns fracos de vidro redondos como uma maçã, removendo a rolha de cada um com a boca.

— Legal, vamos usar perfumes — exclamou Hanna animada ao ver os pequenos frascos serem preparados. Sabia que os irmãos eram perfumistas, uma habilidade comum entre artistas que cuspiam fogo e faziam apresentações que simulavam a magia. Artimanha pouco usada por eles após a chegada do mago ao grupo. Entretanto, com a ausência do mago naquela ocasião, os caçadores precisariam contar com bem mais do que suas lâminas.

— Encontrei algumas garrafas — disse o bispo retornando à sala com um pouco de álcool em mãos.

— Hum, parece suficiente — disse Doran, olhando de relance e voltando a colocar gotas de uma essência em cada um dos frascos.

— Hanna, pegue o álcool e delicadamente encha os frascos enquanto eu os fecho para a fragrância não esvair — ordenou.

A ruiva gostou da ideia de ser útil e fez como o gêmeo dispôs.

Todo aquele cômodo foi tomado por um cheiro forte, como o aroma de uma dama se perfumando para seu casamento. Loran apertava firmemente a rolha de cada frasco e os acomodou em uma bolsa lateral que carregava consigo.

— Estão prontos? — perguntou o bispo — venham eu acompanho vocês até o caminho pra torre.

Apressadamente o bispo levou o trio aos limites da cidade, até uma estrada de terra que levava ao sino à distância.

A tarefa do contrato era simples: Vão até a torre encontre a criatura que tem matado animais e homens, uma maior oferta de ouro será oferecida caso consigam prender a criatura com vida, menos moeda pelo abate eficaz. Façam isso e voltem pela recompensa.

— Sigam este caminho, aquela é a torre que precisam alcançar — disse apontando com o queixo o monumento.

— Trouxe a primeira parte do pagamento? — perguntou Hanna. Mais cedo eles haviam combinado de receber metade do pagamento para validar o compromisso.

— Mas é claro! aqui — o bispo jogou um saco com um punhado de moedas em direção à Loran, que aparou a bolsa no ar.

— Tenham cuidado! Voltem vivos, o contrato do monastério tambem requer vossa atenção.

— Não se preocupe Bispo, não vamos morrer em sua cidade, disse Hanna estimulando seu cavalo com golpes de esporas, saindo em direção a torre.

— Yah! — gritou o gêmeo da marca na orelha esquerda, seguindo o carreiro da arqueira.

Os cavalos fizeram o percurso rapidamente e o povoado logo ficou pra trás. Quanto mais chegavam próximo a torre, mas obscuro ficava o caminho, excitando o sentimento de tensão.

Aspirante à ObliteraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora