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- Não sou uma mulher que brinca com palavras Nicolau, sempre tento dizer a verdade.

- Foi o que eu pensei...

- Então você precisa da minha ajuda?

- Sim. Não sabia em quem confiar.

- E porque confiar em mim? - pergunto querendo saber seus reais motivos. Vai que ele estava querendo me enganar?

- Você se importa com a verdade. Até demais. Mais até do que ganhar conhecimento e respeito. Preciso de alguém com esse sentimento...

- E-e-eu... - Puta que pariu Vivian! Você é uma mulher adulta que nunca leva desaforo pra casa e sempre tem uma resposta na ponta da língua. Porque ao redor dele você parece uma adolescente molhada? Se recompõe mulher!

- Impossível não perceber isso pela sua conversa com o Coronel.

- O senhor é muito observador senhor Castilho.

- Você só quer saber da verdade. Pura. Assim como eu.

- Certo.

- Mas não vamos conversar aqui, muitos olhares - ele fala em um tom baixo. - Vocês vão ter que me liberar em questão de algumas horas... Sei que não vão encontrar nada contra mim...

- Pelo contrário, temos seu nome em alguns lugares.

- Mas como a senhorita mesmo sabe, nome não diz muita coisa. só porque alguma coisa acontece nas minhas posses não quer dizer que eu seja responsável...

- Mas sabe quem é...

Nicolau dá um sorriso meio de lado. E eu não quero ficar ali mais.

- Parece que o senhor tem tudo sobre controle Nicolau... Não precisa de mim.

- Não! - o grito dele me assusta. - Eu preciso Vivian...

- Tenente Darela - o corrigi, mesmo me odiando pelo fato de gostar e muito dele me chamando pelo nome.

- Certo.

- Porque não fala logo aqui Nicolau? Não há nada o que temer. A não ser passar os restos de seus dias em uma cela, vendo o sol nascer quadrado!

- Não posso, não aqui - ele volta a falar baixo.

- Então quando?

- Quando eu sair daqui te procurarei. Prometo.

- Não sei se é uma boa ideia Nicolau, não quero andar por aí com um suspeito, ainda mais um de seu calibre...

- Quando eu sair - ele fala bem a tempo que um Fábio bem bravo entra ali naquela sala. Ele tinha um monte de papéis na mão.

- Darela - Fábio fala se aproximando de mim.

- Oi Andrade - decidi permanecer formal, já que ele se deu ao trabalho de me chamar de Darela, vai ver ele não queria dar intimidades ao Nicolau.

Ah, mas esse barco já partiu.

- Posso falar com você um momento? - Fábio fala e pela sua cara sei que é sério.

- Claro.

Ele me conduz para fora da sala e tem seus olhos cansados.

- O que aconteceu Fábio?

- Não vamos poder mantê-lo aqui por muito tempo... - não é Nicolau tinha razão?

- Mas como? Porque? E os vídeos? - falo.

Quem sabe não tinha alguma coisa nas filmagens? Alguma coisa para calar aquela voz que gritava dentro de mim e que dizia que Nicolau era inocente.

Principal SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora