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Era horário de almoço e eu tinha pedido para entregarem o almoço na minha sala. Não demora muito quando eu escuto batidas na minha porta e eu me animo para almoçar. Estava com muita fome.

– Foi aqui que pediram o almoço? – Fábio põe sua cabeça dentro da sala e sorri.

– Fábio? É, acho que sim...

– Também tinha pedido o meu almoço, o rapaz da entrega me entregou os dois... Então vim aqui entregar para você...

– Muito obrigada Fábio – pego a minha bolsa. – E quanto foi?

– Nada disso, é por minha conta Tenente, pode relaxar aí... – ele entra na minha sala e coloca a pequena embalagem para viagem em cima da minha mesa.

– Capitão Fábio... – falo em tom de advertência.

– Pode deixar a patente por agora, é horário de almoço e você tem que comer certo? Eu pago esse, você pode pagar um depois, tá certo?

– Certo então – sorrio e antes que ele saísse pergunto. – Fábio, me faz companhia enquanto almoçamos?

– Claro. Quer ir para a cozinha ou prefere comer aqui mesmo?

– Vamos pra cozinha.

Mesmo sendo horário de almoço não tinha ninguém na cozinha, então eu e o Fábio comemos sozinhos. Ele é uma ótima companhia e eu me divirto muito ao lado dele. Passamos até um pouco do nosso intervalo do almoço, mas não demais, afinal, éramos muito comprometidos com trabalho para enrolar demais.

Na volta para nossas salas percebi Fábio calado demais. Ele abria e fechava a boca diversas vezes, mas não falava nada.

– Você quer falar alguma coisa Fábio? – pergunto.

– Quero – ele fala decidido.

– Fala logo Fábio, está me dando agonia te ver nessa indecisão de abrir e fechar a boca – falo brincando.

– Vou me separar da Rebeca – quase que eu tropeço em meus próprios pés. Eu tinha escutado corretamente?

– Como? – falo chocada. Sempre tive ele e a Rebeca como um modelo de relacionamento, os dois sempre pareciam tão felizes, minha cabeça dá um nó. Quero perguntar o porque, os motivos deles se separarem, mas não acho que tenho intimidade com eleo suficiente para perguntá-lo isso.

– Vou me separar da Rebeca, as coisas entre nós não estavam mais dando certo, e estávamos desgastando a nossa amizade, não quero que meu filho cresça olhando o nosso relacionamento desgastado.

– Eu sinto muito Fábio... – falo de coração.

– Na realidade já estamos separados há algum tempo, mas não falamos pra ninguém. Você é na verdade a primeira pessoa com quem eu falo sobre isso.

– E como você está se sentindo?

– Estranhamente muito bem – ele olha para mim e sorri.

– Que bom...

– Só temos que ver como faremos as coisas com o Gustavo, queremos que ele sofra o menor impacto possível.

– Acredito que vocês vão encontrar a melhor opção. Acredito não, tenho certeza. Vocês são ótimos pais.

– Obrigado Vivian –ele pisca de leve.

– Sem problemas, e se você quiser conversar mais, estou à disposição Fábio.

– Vou ter isso em mente Vivian, muito obrigado.

– Não há de quê Fábio – nem me reconheci quando o abracei. Acho que ate o Fábio assustou, pois demorou alguns segundos para devolver o abraço.

Principal SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora