Principal Suspeito

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– Não sei não Vanessa... – falo segurando o vestido que ela tinha corrido em seu quarto para pegar.

– Sabe sim. Você ainda nem deu uma chance. Você vai ficar linda nele Viv, tenho certeza. Só veste, só pra eu ver como vai ficar...

– Certo. Mas vai olhando outras opções por aí... Não sei não.

– Deixa de ser boba. Vai ficar lindo em você.

Passo o tecido vinho pelo meu corpo e quando eu vejo o meu reflexo no espelho percebo que a minha irmã tinha razão. O decote com corte em formato de coração valorizou os meus seios e ele ficou bem mais comprido do que eu imaginava.

Chegava até bem depois das minhas coxas, a uns quatro dedos de alcançar o meu joelho. O tecido colava no meu corpo, mas não de uma maneira que me deixasse desconfortável. Era simples e muito lindo.

– Ele ficou lindo em você... Como você pode ver, ele não cabe mais nesse momento em mim – ela faz graça ostentando a sua barriga de grávida. Não era muito grande, mas com certeza não ficaria bem nesse vestido. – É um dos meus favoritos. Você vai com ele pra tirar as teias de aranha que querem se formar ao redor dele...

– Tem certeza que não tem problema em eu usar ele?

– Claro que não. Deixa de ser boba. O Nicolau vai ficar babando quando te ver com ele. Vai por mim mana.

– Certo – me dou por vencida, mas só porque eu tinha realmente gostado muito do vestido.

Vanessa me ajuda com o meu cabelo enquanto eu faço uma maquiagem. Ela prende meu cabelo alto na minha cabeça num coque frouxo e puxa alguns fios aleatórios para dar um ar mais despojado. Em conjunto com a minha maquiagem natural, estou quase pronta.

Ela procura um sapato que combine com o vestido enquanto coloco os meus pertences dentro de uma bolsa menor. Mas uma bolsa minha nunca vai ser pequena ao ponto de não caber a minha arma dentro dela.

– Você vai levar mesmo essa arma? – minha irmã pergunta me entregando um salto preto com pequeno detalhes brilhantes no salto.

– Mas é claro Van, nunca se sabe, e eu meio que me sinto nua sem ela...

– Certo... – ela para de falar para fazer uma análise minha da cabeça aos pés. – Você está linda demais mana.

– Obrigada – sorrio. – Muito obrigada pela sua ajuda.

Não só pela ajuda, mas pela vida que você me devolve todos os dias aqui, com a sua presença e alegria. Mas não falo isso para ela. Esses dias Vanessa estava para lá de sensível, não queria fazer a minha irmã chorar sem motivos.

– De nada.

– Não devo chegar em casa muito tarde.

– Nem se preocupe comigo... Pode aproveitar a sua noite, pela cara que você chegou mais cedo, você deve estar necessitada de uma noite relaxante.

A campainha toca e vou atender. Abro a porta e me deparo com um Nicolau delicioso. Usava um blazer escuro por cima de uma camisa cinza, um jeans escuro, quase no mesmo tom do blazer, um sapato social. Perfumado e a barba estava feita. Lindo demais. Foi muito bom vê-lo fora de seus ternos, não que eu não gostasse de como ele ficava num terno, mas assim ele parecia mais "acessível".

– Puta merda! Me avisa quando for abrir a porta gostosa desse jeito! – ele nem me dá tempo de reagir, me puxa pela cintura e me beija profundamente.

– Se você me beijar assim, não conte com isso – falo mordendo o lábio dele e depois dando um beijo em sua bochecha. Me aproximo do seu ouvido para falar. – Você também está muito gostoso.