- 60 -

1.8K 225 41
                                    

 – Acho que não vai demorar muito para que os dois nos encontrem aqui... Não podemos nos dar ao luxo de ficarmos aqui parados – digo baixo.

– E o que sugere? Por mim, nós dominávamos os dois que estão ali dentro. O Pedro não parece estar muito centrado, e isso é o que me preocupa mais. Mas o Doutor parece estar bem distraído.

– E digamos que consigamos imobilizar os dois... Mesmo assim não temos como prendê-los, eles provavelmente vão escapar e avisar aos dois onde estamos. Com certeza a Lisa e o Erick são mais perigoso que esses dois.

– Deve ter alguma coisa aqui por perto que podemos usar... – Nicolau diz e começa a olhar ao nosso redor.

Demoramos cerca de dois minutos para encontrar uma corda que poderíamos usar, estava num bom estado e era bem resistente ao que me parecia. Bom, se conseguíssemos imobilizar os dois, com certeza seria bem fácil amarrá-los com aquela corda.

– Você vai na direção do Leonardo. Ele pelo o que me parece só esta armado com armas de curto alcance. Não vacile, use sua arma se necessário, não deixe que ele te pegue mandona. Eu tento o Pedro, não sei como ele vai reagir.

– Certo – volto a sentir aquela sensação boa que sempre sentia ao fazer alguma missão de campo. Aquela adrenalina que me deixava alerta.

Tinha que confiar nessa adrenalina para que não acontecesse nada a mim e ainda ter muita fé que o Nicolau ficaria bem. Eram muitas variáveis, mas eu tinha que ter fé nas minhas habilidades com armas e no combate para que eu tivesse nesse momento quase uma tranquilidade.

– Não vacile, fica bem. Por favor, fiquem bem – Nicolau olha demoradamente para a minha barriga e me abraça tão apertado que até me tira o ar.

– Você também, nosso bebê precisa do pai – digo e o puxo para um beijo sem língua, sem ar e que serviu para acalmar um pouco o meu coração.

Esperamos o momento perfeito para invadir a sala. Leonardo tinha se afastado para olhar uma outra janela e o Pedro ainda não dava sinais de querer se erguer do chão. Corro até o Leonardo e encosto o cano frio em suas costas.

– Vira bem devagar Leonardo, se você esboçar qualquer reação, eu atiro.

– Vivian – ele diz seco e se vira lentamente, assim como eu tinha ordenado. Ele não parecia muito surpreso ao me encontrar ali. – Finalmente você conseguiu juntar todas as peças...

– Na verdade eu não juntei muita coisa, eu somente segui vocês...

– Ah Lisa! E ela me garantiu que ninguém tinha nos seguido, mas nem tenho como brigar com ela... Afinal, você é uma policial treinada, deve saber como seguir alguém e essa pessoa não saber que está sendo seguida.

– Não tem nada haver com as minhas habilidades de perseguição, mas como eu encontrei vocês não vem ao caso.

– Claro que não... Mas agora faz sentido! Como o intruso conseguiu nos encontrar, como ele se infiltrou aqui, como ele conseguiu passar pela segurança! Claro que tinha que ser alguém que tinha experiência, faz todo o sentido ser você Tenente Darela!

– Tenho que perguntar uma coisa à você...

– Pode perguntar Vivian.

– Por que a minha irmã?

– Por que não ela? Era perfeito na verdade! O controle que tivemos em cima de você por conta dela, as facilidades, os acessos, tudo foi mais fácil por causa dela.

Fui tomada por uma onda de raiva muito forte nesse momento. Apertei meu maxilar com tanta força, e tive vontade de fechar os olhos, mas não ousei desviar os meus olhos dele por meio segundo. Queria muito descarregar todo esse pente de balas no peito dele, mas me contive e atirei em sua perna. Ainda bem que a arma tinha um silenciador, senão teria entregado a nossa posição para os outros dois.

Principal SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora