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O despertador toca alto e eu acordo meio assustada.

Droga, eu ainda estava tão cansada... Pensei seriamente em mandar uma mensagem pra Van, dizendo que ela venha de táxi, mas fiquei com medo que ela não ligasse logo o celular e ficasse no aeroporto me esperando feito boba.

Me obriguei a acordar e me por de pé. Minhas costas dão um puxão por conta da minha posição torta que me encontrava no sofá. Tentei me alongar pra ver se dava um jeito e melhorou.

Não quis me trocar. Olhei pro meu short escuro e camisa comprida. Não estava desarrumada. Mas coloquei um sapato alto, só para não ficar muito desarrumada. Pego minha bolsa e chaves do carro e fui para a garagem.

O ronco feroz do motor do meu carro parecia bem mais potente à essa hora da madrugada. O caminho até o aeroporto foi bem calmo. Não haviam muitos carros na estrada e aproveitei para pisar um pouco mais fundo.

Mas não demais, afinal eu ainda era uma policial e sei como pode ser perigoso.

Antes de sair do carro eu passo as mãos pelos meus cabelos que teimavam em estar soltos e cheios de volume por conta da minha dormida torta no sofá. Suspirei quando vi que não poderia fazer muita coisa com ele, suas ondas estavam bem revoltas e caiam por toda a minha blusa.

Passei um pouco de blush e procurava na minha bolsa um batom para desfazer a minha cara de zumbi. Saí de casa tão rápido que nem olhei pro meu rosto. Não queria que a minha irmã pensasse que ela estava sendo um incômodo.

Bufei um pouco frustrada por somente encontrar um batom vinho. Queria uma coisa um pouco mais discreta, mas como só tenho essa opção, passei o batom. Desci do carro e fui a passos rápidos para a sala de desembarque.

O aeroporto estava com mais pessoas do que eu imaginava. Estranho, pois não tinham muitos carros estacionados. Mas mesmo assim, um silêncio confortável se estabeleceu ali. Eu tinha um tempinho para matar então peguei um arquivo de um caso ainda não solucionado e sentei numa cadeira e comecei a ler.

Tinha muita raiva de ler esses casos não solucionados. Grande parte dos casos que eu tinha colocado o olho era tão simples de serem solucionados... Preguiça, incompetência, sei lá o que era... Sempre tinha alguma coisa que faziam esses casos se acumularem na minha mesa. Queria dar um fim nisso.

- Vivian? - uma voz conhecida me chama e eu olho para cima.

- Pedro? - meu coração não dá aquela cambalhota quando eu vi o Pedro. Tá, mas também não permaneceu intacto, acho que ele deve ter feito no máximo um rolamento...

Guardo os arquivos dentro da minha bolsa novamente. E tento dar o meu melhor sorriso.

- O que faz aqui linda? - minhas pernas não deixaram de ficar inquietas quando ele fala assim. De um jeito, hum... Diferente.

- Eu vim pegar minha irmã, ela vem passar uns dias aqui... - resolvo ser sincera com ele, Pedro sempre foi um menino bom.

- Ah, que maneiro, nunca soube que você tinha uma irmã...

- É que não somos tão próximas assim... - mas resolvo mudar de assunto, não quero ser o centro das atenções e perguntas. - E você, veio fazer o que aqui?

- Estou voltando de viagem...

- Hum, e você não deveria ter malas? - pergunto observando que ele não tinha mais nada em mãos, somente um casaco de couro preto.

- Estão ali - ele aponta para um cara bem forte, parecendo um armário e que carregava duas malas pequenas de viagem.

Reconheci o rosto do homem. Seu Barroso sempre tinha um segurança perto do neto, creio que nem tanto para a segurança dele, mas sim para as pessoas que estavam ao redor dele, evitando que Pedro fizesse alguma burrada.

Principal SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora