– Você vai pra onde? – Nicolau me pergunta ao me ver pegar a minha bolsa.
– Delegacia.
– Mas o que aconteceu Vivian? Algo de errado?
– Não, pelo o que me parece, vou responder algumas perguntas de rotina, coisa básica.
– Você quer que eu lhe acompanhe? Pergunta idiota, vou acompanhar você...
– Obrigada – sorrio e espero ele pegar a sua carteira e as chaves do carro.
Vamos seguindo em silêncio a viatura e estacionamos o carro na frente da delegacia. Nicolau segura a minha mão assim que saímos do carro e alisa os nós dos meus dedos com o indicador dele. Me dá um beijo na testa e diz que vai ficar ali na recepção até que eu termine.
Sigo o meu caminho até as salas de interrogatório, ninguém precisava me guiar, eu conhecia o caminho até de olhos fechados.
Mas no meio do caminho encontrei o Pedro. Ele estava no mínimo transtornado. Tentava entrar na sala do pai dele a qualquer custo. Dois dos nossos maiores homens o seguravam com firmeza. Ele se revira nos braços dos homens e sua voz é uma mistura de dor e desespero.
Ele chuta as cadeiras que vê pela frente e suas pernas voam muito alto. Ele grita coisas desconexas aos quatro ventos e não consigo entender direito o que ele tanto grita. Fico em choque, em pé, ali olhando a cena.
– Foi ele! Foi ele! Aquele maldito! Prendam ele! Vocês tem que prendê-lo! Meu pai está morto e vocês sabiam! Vocês sabiam!
Meu coração se aperta.
– Isso não é justo. Meu pai ele só... Ele só...
Finalmente Pedro para de se debater. Ele cai sem forcas no chão e os homens que o seguravam são pegos de surpresa, não conseguindo evitar que o corpo dele se choque com o chão. O joelho faz um barulho alto e dolorido, me despertando do meu lugar.
Isso e o delegado responsável pelo caso me conduzir para a sala do interrogatório. Depois eu queria conversar com o Pedro, poder dar um abraço nele e tentar passar algum tipo de força para ele.
Nunca tinha visto aquele delegado por ali. O homem era alto e tinha o cabelo ruivo cortado bem curtinho, estilo militar mesmo. Ombros largos e os olhos inexpressivos. Ele deve ter sido contratado a pouco tempo. O homem abre a porta e indica o lugar para que eu sente.
Era estranho estar sentada ali na cadeira do "acusado". Estava tão acostumada a ficar sentada do outro lado da mesa... Mas não tinha feito nada de errado, não tinha por que eu ficar nervosa ou algo do gênero. Ele se senta na cadeira em frente a minha e me encara com seus grandes olhos negros sem expressão.
– Boa tarde Tenente Varela. Me chamo Vicente Lima e sou eu o delegado responsável pela investigação da morte do Coronel Barroso.
– Boa tarde delegado Lima.
– Posso fazer algumas perguntas a você?
– Claro.
– Na cena do crime, foi encontrado isso – ele coloca um celular de última geração em cima da mesa. – Esse é o celular do Coronel. Não conseguimos tirar muita coisa dele, somente as últimas ligações...
Vicente começa a mexer no celular e depois o passa para mim, podia ver as últimas ligações feitas, e reconheci o último número, e como esperado, era o meu.
– Reconhece o número?
– Sim, é o meu telefone.
– A ligação possui cerca de vinte segundos, pouquíssimo tempo... Podemos saber sobre o que conversaram?
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Principal Suspeito
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