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Me senti mal por tê-lo molhado, mas ele ficava tão bem daquele jeito meio descontrolado, o fez parecer mais humano...

- Eu realmente sinto muito por te molhar assim Nicolau, estava um pouco distraída com as ondas, juro que não vi você aí...

- Pensava que você tinha me molhado de propósito... Afinal.

Fiquei verdadeiramente ofendida pela sua linha de pensamento... Ele realmente pensava que eu tinha jogado água nele de propósito? Se ele acha que eu penso assim, é melhor deixar para lá e continuar a investigar por mim mesma. Ele que vá à merda!

- Você pensa que eu tenho dois anos de idade? Que eu te molhei de propósito só porque não consegui provar meu caso? - falo cheia de ódio.

- Longe disso... Sei que você não faria isso - que merda! Porque eu nunca conseguia ver o que se passava na mente dele, sou tão boa em ler as pessoas, mas com ele tenho a mesma habilidade de uma pedra . - Desculpa se a ofendi.

- Não ofendeu - menti descaradamente.

Ele começa a rir. Mas não uma risada de deboche, foi uma gargalhada profunda e seus dentes todos brilhavam com os raios do Sol. Fiquei sem entender o porque dele estar rindo e vê-lo assim tão descontraído, mexeu comigo mais do que deveria.

- Desculpe por isso - ele fala quando se acalma e me analisa por alguns momentos. - Mas é que eu percebi umas coisas...

- Que tipo de coisas? - curiosa nada.

- Só algumas coisas... Importantes coisas.

- Alguma coisa que eu deveria estar preocupada?

Ele não fala nada, e me analisa por mais tempo que eu achei necessário. Ele abre a boca para falar algumas vezes e como já aconteceu antes, ele não fala nada. Sinto minhas bochechas esquentarem, mas para todos os efeitos era somente o Sol aquecendo minha pele.

- Acho que eu tenho os motivos de me preocupar - ele me fala com uma calma que me contagia. - Só estou pensando mesmo...

- Desculpe por atrapalhar seus pensamentos, e mais uma vez por te molhar. Vou andando... - falo meio chateada comigo. Porque eu estava triste por estar me afastando dele? Mas nem quis pensar muito, dei meia volta e fui fazer meu caminho de volta para casa.

Vou entrar numa camisa de força antes de terminar esse caso.

- Vivian espere - ele fala meu nome mais uma vez e eu paro porque sei se eu der mais algum passo posso tropeçar. Aquilo era muito bom, e eu não posso gostar tanto assim... Ele percebe que tinha me chamado pelo meu nome e desvia seu olhar do meu. - Me desculpe tenente... Não pretendia ser desrespeitoso.

- Sei que não foi por mal - me assustei com a sinceridade das minhas palavras. Tenho que ligar o filtro do meu cérebro, não posso falar nenhuma merda. - O que quer Nicolau?

- Não sei se você mudou de ideia sobre me ajudar... Mas queria saber se ainda está disposta em me ajudar... - ele fala em um sussurro forte. Não sabia que isso existia até agora...

- Não vejo porque mudaria de ideia Nicolau, mas talvez deveria, já que a sua falta de confiança na minha palavra está realmente sendo um pé no saco - não encontro nenhum motivo para mentir, embora o motivo da opinião dele ser importante para mim a esse ponto é um ponto que não quero mexer agora.

Ele consegue despertar o pior de mim e eu... Adorava aquilo?

- Força do hábito... - ele parece incomodado com as minhas palavras.

- Então senhor Castilho, está disposto a compartilhar um pouco mais das suas informações comigo? - pergunto verdadeiramente feliz. Ele finalmente vai abrir a boca?

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