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- Fábio! - falo tremendo e reconhecendo o meu amigo sentado no sofá rodeado com uma poça do seu próprio sangue.

O quarto todo com rajadas de sangue, tudo indicava que Fábio não tinha caído sem lutar, mas nada disso parecia importar muito já que ele tinha caído. Não consigo focar o meu olhar nele, simplesmente não dá.

Sinto uma mão no meu ombro e nem me importo de quem era, somente afundo a minha cabeça no peito da pessoa e me permito desviar o olhar. Aquilo não estava certo. Fábio era uma pessoa boa, um policial honesto. Ele não merecia isso.

Alguém me leva para fora. Ainda bem. Não tinha forças nem reação para sair dali, mas o cheiro metálico e de pólvora estava acabando comigo. Nem sei quanto tempo se passou até que me entregam um copo de água.

Eu tomo e sinto o gosto doce do açúcar tentar me acalmar. Não serve de muita coisa, mas agradeço no automático a mão que me ofereceu a água. Peço para ficar um pouco sozinha. Não acreditava na cena que tinha acabado de acontecer na minha frente.

- Tenente Varela - uma voz grossa me chama e já sabia que era o meu chefe antes mesmo de levantar a cabeça.

- Coronel Barroso - limpo de maneira porca as minhas lágrimas e fico novamente de pé.

- Odeio ter que ser a falar isso, principalmente numa hora dessas, mas você tem que entrar ali. Mas você é a responsável por essa investigação, e mesmo sendo um dos nossos ali dentro, tenho que pedir a você que mantenha o profissionalismo e faça o seu trabalho. Quero você pegando todos os detalhes.

- Mas senhor eu...

- Não quero saber de desculpas Vivian! Sei da sua dedicação nesse caso! Passamos muito tempo sem novidades sobre o assassino, mas agora que ele voltou a atuar, quero você na nossa linha de frente.

- Sim senhor - falo tentando disfarçar o bolo que se formou em minha garganta.

Fecho os olhos e respiro fundo. Sei que poderia ter melhores maneiras dele me pedir para voltar ao trabalho, mas eu concordo com ele. Tenho que voltar o trabalho. Agora mais do que nunca, agora que eu tenho a morte do meu amigo para solucionar.

Eu iria encontrar o responsável pela morte do Fábio. Sei que é insensível da minha parte por agora querer me envolver mais no caso por conta da vítima dele ser uma pessoa que eu conhecia... Mas não me entendam errado, eu já queria muito pegar o filho da mãe, ou filha, que estava fazendo isso, mas agora eu estou realmente bem motivada.

Alguns policiais se assustam a me ver novamente ali dentro, principalmente depois do modo que eu saí de lá. Não os culpo, mas mesmo sentindo meu estômago revirar me forcei a ser o mais profissional possível.

O coronel estava bem perto de onde o Fábio se encontrava e conversava muito com um dos policiais mais próximos. Uma policial, a parceira do policial que estava conversando com o coronel, se aproximou e nos contou sobre o ocorrido.

Como tinham sido a primeira viatura a chegar ao local eu a enchi de perguntas de como estava o quarto, se mudaram alguma coisa de lugar ou se eles viram qualquer movimentação estranha por perto.

- Tudo está exatamente do jeito que encontramos, o rapaz da perícia ainda está fazendo o trabalho dele então não mudamos nada.

- Ótimo.

- Não encontramos nada de estranho nos arredores. Tudo está impecavelmente limpo, ainda não conseguimos encontrar nenhuma digital, nem mesmo parcial, nenhum traço de DNA, nada que nos possa levar um pouco mais próximo de pegá-lo.

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