Capítulo 54 - O porão.

211 16 27
                                    

Pov S/n:

      As coisas estavam começando a ficar complicadas, acabou que ele trocou justo eu de quarto, o espaço era maior mas em compensação tem o triplo de sujeira e parecia ser um porão, tem uma escada e no final dela uma porta de madeira, isso parecia algum tipo de depósito, tinha caixas aqui, olhei pra cada canto e não eram só caixas, vasos velhos também..

– Vou ser um bom anfitrião e te dar um pouco de liberdade.

      Após ouvir isso senti um aperto em meus pulsos, permaneci calada contendo um gemido de dor. Ele não vai arrancar as coisas de mim assim tão fácil.

– Não quero passar uma impressão ruim, não é mesmo?

      Fechei a mandíbula e em instantes minhas mãos estavam soltas, eu tentaria escapar agora? Tentaria se eu não temesse pela minha vida. Não sei do que ele é capaz, e se fez tudo isso até agora pode ser capaz de qualquer coisa, filmes passaram em minha cabeça como se fosse possibilidades, em todos eles eu estava fugindo mas sempre acabava mal de uma forma diferente. Uma ele me prendia novamente antes que eu tivesse chances. Na segunda eu conseguia sair do porão mas eu não sabia nada sobre a casa e muito menos onde estava a porta. Por último, mesmo que eu conseguisse sair, pelo que a Hannah me disse, estávamos no meio da floresta e eu me perderia. Não ia correr esses riscos, em todos eu me dava mal e do jeito que minha sorte está ótima com certeza eu não chegaria a porta.
      Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida, ele fechou a porta do porão e logo ouvi ruídos e algo como um móvel sendo arrastado, mesmo com os pés doendo eu subi as escadas, com dificuldade, mas cheguei lá, tentei abrir aquele alçapão mas estava pesado e eu não tinha forças pra isso, não é que esteja trancada tem algo encima. Algo grande.

[ . . . ]

      Apenas sentei me encostando na parede, estava escuro, estaria um breu se não fosse uma iluminação fraca que eu não sabia de onde vinha. A poeira no chão era tanta que estava dando pra fazer um belo de um desenho, de belo não tinha nada, nunca fui uma boa desenhista, mas até que a faca não está ruim, só falta eu fazer como nos filmes e arrumar uma de algum lugar.
      Foi quando senti algo que não era uma boa notícia, eu estava apertada e com certeza eu não tinha permissão pra ir ao banheiro já que o anfitrião era tão generoso. E não tem banheiro aqui claramente, a alternativa seria fazer em um canto por mais que fosse feder depois... Isso é deplorável..
      Olhei ao redor me levantando e ao bater os olhos naqueles vasos velhos um pensamento me deu náuseas, se eu não morrer pelas mãos do Richy irei morrer de uma infecção.

Pov Lilly:

      Eu e os outros nos dirigimos cada um pra um quarto, e nesse momento eu estava na varanda, a vista era nada mais nada menos que a grande floresta, o verde fazia questão de se fazer presente e a brisa fresca batia no meu rosto, isso estava me fazendo esquecer o que estava acontecendo, mesmo que por um momento eu me senti bem, mas mesmo assim uma angústia me domina.
      Respirei fundo fechando os olhos e aqueles pensamentos que estavam no fundo de minha mente voltaram. O que teria acontecido se eu por acaso não tivesse feito o que eu fiz? Talvez a Hannah já estivesse aqui e a Sn não seria sequestrada. No fim eu tenho culpa, eu atrasei a investigação, o Richy está morto e a Sn... A culpa não é do Jake, ele fica e acho que eu estou seguindo pelo mesmo caminho.

– Lilly?

      Limpei a lágrima solitária que me havia escapado e me virei pra ver a Jessy parada na porta, eu nem a ouvi chegar...

– Fala.

– Por que ele está aqui? Você por acaso não o chamou, não é?

– Sim eu chamei, e daí?

Duskwood - One New StartOnde histórias criam vida. Descubra agora