A diferença que senti quando coloquei os pés pra fora daquele hospital não está escrito, o ar frio do inverno me envolveu, mesmo assim meu coração estava quentinho, finalmente, ar puro. É muito melhor sentir esse tapete branco nos pés do que ficar observando pela janela.
– Parece estar aliviada.
– Muito, já estava de saco cheio daquele lugar, posso entender o Dan agora.
– É, eu também.
Caminhamos por um tempo em silêncio, não foi um silêncio desconfortável, eu diria que estávamos aproveitando bem a presença um do outro.
– S/n, eu..
Levantei o olhar em sua direção esperando pra ouvir o que ele iria me falar, mas acabou que ele ficou calado e não voltou a dizer mais nada... Não, ele não fez isso.
– Sim?
– Não, nada não.
Ah, então ele vai deixar no ar o que ia me dizer? Ok, tudo bem, não é como se eu fosse curiosa ou algo do tipo, deixa assim mesmo.
– Alguma coisa é, o que foi?
– Nada, só pensei numa coisa.
– Sei, e não quer compartilhar?
Ele pareceu pensar, e por mais que eu soubesse que talvez viria um não, eu estava na expectativa que o Jake acabasse logo com isso e me contasse logo o que estava pensando.
– Não, tô de boa.
Estralei a língua voltando a olhar pra frente antes que eu tropeçasse em tanta neve, não ia passar essa vergonha, especialmente na frente dele.
– Tá bom, se é assim, não fala.
Nem vou insistir nisso, eu sei, quem era eu, a única coisa que eu espero é que ele não esteja escondendo alguma coisa de novo. Mas não acho que ele vá pisar na bola assim depois de tudo que aconteceu, não é?
O Jake aproximou a mão da minha e eu quase me fiz de difícil, mas seria uma mentira. Começamos a andar de mãos dadas e um sorriso contido escapou.– A curiosidade matou o gato.
– Não sou um gato.
Tinha que voltar ao assunto, não é? Meu brilho até sumiu.
Não veio resposta da parte dele, ficou silencioso demais de repente, assim que olhei pro lado lá estava ele, me encarando com seus olhos da cor do oceano, é de tirar o fôlego, como é que pode?– Que?
– Nada.
– De novo?
Ele só pode estar zombando com a minha cara, com certeza, porque não é possível!
– Não fique assim, não é nada demais.
– Se não é nada demais me conta!
– Não.
[ . . . ]
No fim, não consegui fazê-lo abrir a boca e chegamos na casa da Lilly depois de alguns minutos. Por que a casa dela? Suspeito que esteja todo mundo lá dentro, posso estar sendo um pouco iludida, claro.
Lembro de não ter visto o Thomas até agora, nem o Phil. Se até ele estiver lá dentro eu ficaria surpresa, ele e a Cleo não se suportam.
Chegamos na frente da porta e eu estava prestes a bater quando o senhor "nada" colocou a mão na maçaneta e me fez parar a mão no ar. O que deu nesse homem hoje meu Deus?
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Duskwood - One New Start
FanfictionSaí da minha cidade natal pra morar em Duskwood a procura de tranquilidade, mas parece que não terei isso tão cedo, pelo visto a agitação me acompanha aonde quer que eu vá, já que após eu chegar, no mesmo dia, recebo uma ligação de um tal de Thomas...