Pov S/n:
Abro os olhos sentindo um déjà vú, tenho a sensação que isso já aconteceu. Aos poucos fui me sentando e encostando as costas na cabeceira da maca olhando ao redor, ainda estou no hospital, as coisas foram passando na minha cabeça, o escuro, o medo, o Richy depois tudo ficou um breu e não lembro mais de nada.. então aquele ataque todo foi um pesadelo?
Toquei o pescoço soltando um suspiro de alívio, parecia tão real, eu sentia suas mãos me agarrando... Que loucura.– Bom dia.
– Bom.. dia.
Devo confessar que me assustei quando ela abriu a porta tão repentinamente, estava tentando colocar minha mente em ordem, mas ainda assim respondi pra não ser mal educada.
– Como se sente?
– Bem.
– Não sente dores ou algum incômodo?
Repeti sua pergunta na cabeça prestando atenção em mim mesmo e pra meu espanto não estou sentindo nada. Neguei com a cabeça desviando o olhar da moça, cadê o Jake? Será que foi comer alguma coisa ou foi ao banheiro? Sei que ele não vai ficar grudado em mim, não nascemos colados e acho que se ele ficasse aqui o tempo todo iria acabar enjoando.
– Que bom, está bem melhor desde quando chegou.
Dirigi o olhar pra ela novamente pronta pra perguntar sobre o Jake e quando eu teria alta, não quero ficar aqui mais tempo do que eu já fiquei. Porém fui interrompida pela tal enfermeira.
– Tem uma visita pra você.
A interrogação que pairava na minha cabeça era "visita?". Não deu tempo de questionar quando ela se afastou e deu espaço pra alguém aparecer, um homem que eu nunca tinha visto até agora, mesmo assim pude notar seu ar sério, tinha algo em seus olhos claros que não consegui decifrar...
Procurei o observar minuciosamente de cima pra baixo, quase perdi o ar quando notei que sua jaqueta preta não era só uma jaqueta qualquer, era da polícia então meus olhos miraram num crachá que tinha em um dos lados do seu peito... Del. Alan Bloomgate...– Você?
– Finalmente nos encontramos depois de tanto fugir de uma conversa.
Queria que uma tela estivesse entre nós agora, mas obviamente isso não é possível, já fugi demais e não sei que tipo de argumentos ele pode usar durante esse interrogatório, e se ele fizer minha cabeça e eu soltar alguma coisa? Não é errado vir interrogar um paciente que ainda está se recuperando?
– Acho que é melhor destacar que não vou sair daqui até você colaborar.
– Eu acabei de acordar de um coma, delegado.
– Pelo que vejo, você está bem pra responder algumas perguntas.
Ele apertou os olhos e senti meu corpo tremer um pouco. Realmente não vai ter escapatória pra mim agora, mas até parece que eu vou responder alguma coisa, estou no meu direito de permanecer calada.
[ . . . ]
Acho que alguém está ficando irritado com o meu silêncio, claro, ninguém ia aguentar ficar falando sozinha por quase meia hora como se fosse um palhaço. Cada pergunta que ele fazia sentia que era uma armadilha, eu estava com dez pés atrás com o Alan, desde que ele entrou senti o ar ficar tenso.
– Por quanto tempo vai ocultar informações?
– O que vocês querem afinal? A Hannah está livre, e o culpado, detido.
Finalmente decidi falar alguma coisa, entretanto pra infelicidade do Alan foi pra fazer outro questionamento. O Richy só está se recuperando das feridas - nas quais ninguém quis me explicar o grau de gravidade - pra ir direto pra sargenta e a Hannah está circulando por aí como se nada tivesse acontecido, não vejo ela desde que o imbecil nos separou mas pelo que disseram ela tava bem, então por quê? Por que insistir tanto em algo que já acabou?
– Eu que faço as perguntas por aqui.
– Está perdendo seu tempo, delegado, não tenho nada pra falar.
Nada que ele queira escutar pelo menos, nunca vou dizer algo que possa comprometer alguém do grupo ou transformar eles em alvos.
– Se continuar ocultando informações..
A pausa que o mesmo fez na fala era sugestiva, o que ele está tentando insinuar? Que vai me colocar atrás das grades? Que vai descobrir o que aconteceu de verdade e me ferrar toda? Quer dizer, mais do que eu já tô ferrada? Acho impossível isso aí.
– Vai fazer o que? Me prender?
Ele nos pode fazer isso, mesmo que tente dúvido que teria acusações contra mim, pelo menos o pessoal não vai dar falso testemunho depois de tudo que passamos.
– Você sabe que sou inocente e que fui vítima nisso também, tenho cada marca pra provar.
E na real, fala sério, a polícia nunca se fez presente quando precisamos e agora ele quer jogar essa pra cima de mim? Logo eu que tô toda estrupiada por conta de toda essa situação.
– Está mesmo querendo resolver esse caso ou seu ego foi esmagado porque isso tudo foi resolvido não graças a você ou graças a sua equipe?
– Cuidado, isso pode ser considerado como desacato.
– E o que você está fazendo é colocar pressão contra um paciente que, ainda, está se recuperando.
Não sei de onde surgiu essa coragem toda, só sentia o seu olhar fumegante sobre mim e por um momento senti que podia ser engolida viva. Continuei olhando pros meus dedos enfaixados tentando me manter neutra por fora mas por dentro meu coração está batendo tão forte que até minha garganta está queimando. Bem que alguém podia interromper batendo na porta ou entrando como naqueles filmes, mas minha vida não é um filme, infelizmente.
A questão aqui é que não vou deixar ele me colocar contra a parede com tantas perguntas sem falar o que eu realmente penso. Desacato? Está mais pra reclamação do modo que a polícia atua. Numa escala de um a dez... Dez, só que dez abaixo de zero.
Porém por enquanto, até ele parar com isso, de tentar me fazer cair em cascas de banana, é a minha palavra contra a dele, de um lado o caso está resolvido e está... Quase tudo bem, por outro tem um cabeça dura que insiste em continuar com tudo até estar satisfeito com os resultados.×
Eu deveria ter escrito mais? Deveria.
Mas deu preguiça.
Bom dia povo (boa tarde e boa noite sei lá quando vocês vão ver isso)
Tenham um ótimo dia abençoados, beijos e espero que tenham gostado.
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Duskwood - One New Start
FanfictionSaí da minha cidade natal pra morar em Duskwood a procura de tranquilidade, mas parece que não terei isso tão cedo, pelo visto a agitação me acompanha aonde quer que eu vá, já que após eu chegar, no mesmo dia, recebo uma ligação de um tal de Thomas...