🧚🏻‍♀️ MyD 42 🧚🏻‍♂️

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danifelix15485688
Toda sua lindeza 😍

Escrita com
Carolleite26 ❤️😍

Queria dizer a ele que sentia muito, que existia algo que ele poderia fazer para mudar a minha decisão, mas não existia e eu sabia disso. Algo dentro de mim havia se quebrado e por mais que eu lutasse para remendar, não conseguia. Agora estava sozinha... sozinha com esse bebezinho que precisava única e exclusivamente da mãe e por ele eu seria forte. Forte e corajosa. Primeiro voltaria para casa, organizaría as minhas coisas e iria para outro lugar. Por enquanto precisaria de repouso, depois que o risco passasse veria o que poderia ser feito.

Horas depois...

Havia passado todo o resto daquele dia trancada no quarto, dormia e acordava me lembrando da conversa que havia tido mais cedo com a minha filha. Estava desolada, completamente sem rumo. Sentia uma dor tão profunda e atenuante em meu peito, uma angústia que não tinha fim. Havia fracassado como mãe... como esposa e como mulher... nada era capaz de apagar essa derrota que eu sentia. Queria sumir, apagar, tirar essa dor e descansar. Minha vida já não tinha significado algum para os meus filhos, tão pouco para o meu marido, então só existia uma solução para o final disso tudo. Me levantei e fui até o banheiro do quarto. Encostei a porta, abri o armário na parte de baixo, peguei meu vidro de calmante, assim como uma pequena navalha que o Carlos usava para se barbear, me sentei no chão, encostada a parede, tomei alguns calmantes, deixando o vidro ao lado, peguei a navalha e levei diretamente ao meu pulso, fazendo uma incisão.

Macarena e Dionísio levaram seus irmãos para passearem, era o momento para ter uma conversa franca com a Aurora, agora não era apenas eu a me preocupar, tinha os nossos filhos. Macarena disse algo que vinha rondando minha cabeça esses dias, na verdade aquele medo que não conseguia afastar, dela fazer novamente, esse segredo era guardado por mim a sete chaves, por mim as crianças nunca saberiam que a mãe tentou tirar a própria vida, não seria justo com elas, então resolvi subir, começar de uma vez a temida conversa. Entrei em nosso quarto escuro, acendi a luz, Aurora não estava na cama, imediatamente os flashs daquele dia preencheram minha mente, minha respiração ficou agitada, um arrepio percorreu todo o meu corpo, corri para o banheiro, era um pesadelo. Aurora no chão com o pulso sangrando, parecia desacordada, não sabia se era real ou se estava revivendo, peguei a toalha me abaixando para colocá-la em seu pulso, ali não era o marido, era o médico. A socorria em silêncio, mas por dentro a raiva e a mágoa brigavam entre si, a carreguei, levei para cama, fui pela minha maleta e comecei os curativos. Nem sei se era sorte ou seu anjo da guarda a protegendo, sei que o corte foi superficial, não havendo muito sangramento, dei os pontos e coloquei a bandagem, enquanto ela desmaiada não sabia o que acontecia ao seu redor. Levantei jogando toda a sujeira no lixo, somente então observar nosso banheiro, vi a navalha, os comprimidos, não foi uma dose grande logo ela acordaria, a fúria que estava dentro de mim saiu em seguida, quebrei tudo o que vi pela frente, espelho, perfumes, suas maquiagem, tudo o que era possível quebrar eu quebrei para então chorar, chorar para tirar essa dor, impotência por novamente não poder evitar.

Sentia algo superficialmente em meu meu corpo, não sabia ao certo se era o Carlos ou um dos meus filhos. Não, eles não se importavam comigo, era algo de minha mente, mais uma vez me pregando uma maldita peça. Mas uma vez tentei acabar com uma dor que me atormentava por anos e nem isso eu era capaz de fazer. Era impotente até nesse momento. Ouvia barulhos ao redor, mas não conseguia distinguir, não conseguia abrir os olhos, nem queria. Ficaria assim até essa maldita dor me deixar, inerte, fora do mundo.

Barco De Papel - Macarena y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora