Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)

Ultimo plano

–Maria...

Nicole sentia seu coração palpitando muito forte, uma onda de felicidade a envolveu ao escutar aquela voz. Todavia, ainda não era o bastante, ela precisava confirmar, precisava ter absolutamente certeza de que era ela.

Esperou que Isabel terminasse a chamada e a olhou sem demonstrar emoção alguma.

–Vou comprar essa obra, agora. – Disse com a voz firme e sem rodeios, tirando de dentro da bolsa um talão de cheques.

–Pois não, sente-se aqui e aguarde um momento por favor. – Pediu Isabel enquanto tirava o quadro para para fazer uma embalagem.

Nicole nem esperou ela terminar de preparar o produto ou negociar o preço, simplesmente preencheu o cheque, esperou ela trazer a obra e lhe entregou o pagamento. Em seguida pegou a quadro se dirigiu rumo a porta sem dizer absolutamente nada.

Isabel ficou um pouco desnorteada com aquela reação. Agradeceu a cliente, mesmo esta não ter respondido nada de volta. Olhou para o valor do cheque em suas mãos e quase caiu pra traz tamanha a surpresa.

Nicole seguiu rumo ao elevador com os olhos já marejados borrando parte de seu delineador, apertou com forca a alça da embalagem por uns instantes e em seguida tirou o celular da bolsa para fazer uma ligação:

–Juliana. Preciso dos seus serviços agora! – Falou saindo para fora do prédio e olhando ao redor para ver se encontrava alguma câmera de segurança no local.

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Isabel terminou de preparar o relatório do dia, e ficou extremamente satisfeita com o resultado. A receita daquele mês fora excelente, o suficiente para sair do vermelho e ter uma boa base no caixa para possíveis problemas no futuro. Arrumou toda a papelada das vendas, recibos, e extrato da conta bancaria e seguiu em direção a clínica.

Chegando na entrada a recepcionista veio ao seu encontro:

– Pois não senhorita Isabel? – Falou a moça já esperando um pedido para passar alguma mensagem.

–Preciso que entregue esse relatório para a Sophia, por favor.

– Esta bem, irei entregar em pouco instantes.– Disse pegando os papeis e se virando para ir em direção ao escritório.

–A propósito, aonde ela esta? Esta em cirurgia ou algo assim? – Perguntou Isabel um pouco impaciente e curiosa.

–Não, ela não teve cirurgia hoje, provavelmente esta em seu escritório...

–Então deixa, eu vou entregar por mim mesma. – Falou pegando os documentos de volta e seguindo para a sala de Sophia, deixando a recepcionista um pouco aflita.

Sabia que não era a hora, mas já estava cansada aquela nuvem negra que separava ela e a ruiva. Se sentia como se fosse briga de criança, e ansiava tirar a limpo as coisas entre elas. Ao chegar em frente a porta, parou por um instantes, deu um longo suspiro antes de dar umas batidas de leve, e aguardou a resposta do outro lado.

Sophia estava concentrada em sua pesquisa na tela de seu computador. Apesar de não ter visto mais Maria desde a ultima vez na cafeteria, falara com ela par de vezes por telefone. Quando tinha tempo, pesquisava sobre a corporação Barone. Não fora muito de se meter nos assuntos alheios, mas ver uma menina indefesa recebendo violência domestica, passou a ser seu problema também, sentia o dever de ajuda-la. Essa era uma das características marcantes em Sophia, generosidade. Aliviou um pouco a atenção do computador ao escutar as batidas na porta e virou a cabeça para responder: