Estaria mesmo submissa?

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Nicole ainda estava ofegante, seu rosto era um misto de raiva e felicidade ao mesmo tempo, mesmo sendo estranho uma pessoa normal sentir esses dois tipos de sentimentos tão opostos entre si. Sentia Maria em seus braços e percebeu que ela havia mudado, parecia estar mais fraca e debilitada, porem, não havia notado o semblante dela, algo que Maria escondeu no exato momento em que Nicole tomou o seu rosto novamente entre suas mãos e tentou encara-la nos olhos. As unhas compridas da mulher mais alta meio que perfuravam de leve em sua pele fina, mesmo não estando doendo, podia senti-los que estavam fazendo isso com uma certa urgência.

– Olhe para mim Maria!!!! – Nicole falou essas palavras de dentes cerrados, podia sentir que a voz arranhou a sua garganta ao ultrapassar por ela.

Maria estava de olhos abertos, mas olhava para o chão, fez o possível para evitar aquele contato ocular, mesmo estando com a sua face voltada para cima entre as mãos fortes da mulher. Sem outra alternativa, deu uma forte piscada com os olhos antes de aponta-los em direção aos olhos azuis, e o choque foi terrível, aquele brilho topázio estava bem mais intenso do que se lembrava, e neles guardava um sentimento a mais do que tinha das outras vezes, o sentimento de vingança. O olhos âmbar também emitiu o seu brilho, mesmo tentando esconder a suas intenções, os olhos sempre iriam entrega-los caso ela não fosse cautelosa.

Nicole se aproximou o sua face na garota a sua frente ainda com as mãos agarrando aquele rosto delicado, e começou a beija-la, não apenas nos lábio mas em cada canto da face dela como se tentasse printar uma tatuagem invisível em sua propriedade. Por todos esse tempo, de mais um ano que havia se passado, Maria jamais havia esquecido daquele sufoco de estar nos braços dela, era como espinhos que apertavam mais e mais a cada movimento que tentava fazer. A mulher dos olhos topázio parou os "carinhos" e dessa vez a encarou de maneira gélida e Maria pode decifrar o olhar dela na hora como se lesse os pensamentos da outra, era como se ela tentasse escolher a melhor maneira para castiga-la, puni-la para ser mais preciso de todo o sofrimento que Maria havia lhe causando ao virar as costas para sua "dona".

Naquele mesmo instante, Sophia sai da onde estava e anda em direção as duas, não se importando com o momento de acertos ao qual as duas pareciam estar. Ainda se aproximando, falou algo apontando o seu olhar para as costas de Nicole que ainda estava ajoelhada no chão.

É melhor a gente partir agora enquanto ainda temos tempo. – A sua voz foi firme e ate um pouco autoritária, e ao terminar a frase, ela apontou a seu olhar para Maria, mas por um leve segundo parecia que não a conhecia mais.

– Pegue-a e a leve ate o aeroporto. Eu tenho contas a acertar. – Nicole se levanta de maneira brusca contra a sua própria vontade e ia em direção a um dos quartos, porem foi puxada pelo cotovelo por Sophia.

– Não pague para ver! Você já teve o que queria agora vamos cair o fora daqui! – Dessa vez Sophia emitiu um semblante de raiva.

– Eu já disse que não vou sair daqui ate não vê-la MORTA!!! – Nicole desprende o seu braço e ia continuar a caminhar, porem para a surpresa das duas Maria se pronunciou naquele instante.

– Ela já não esta mais viva. – Falou em um suspiro de tristeza, mas tentou disfarçá-lo em horror.

Nicole se posicionou em frente a ela, cruzou os seus braços e mirou o seu olhar para baixo, sem tirar a postura reta que estava o seu queixo e aguçou os ouvidos para ouvir melhor as palavras de som baixo que eram emitidos pelos lábios de Maria.

– Ela foi assassinada em minha frente – A garota menor puxou de volta a pequena coberta que estava ao seu lado – Estou com muito medo. – E por fim começou a chorar deliberadamente.

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora