Utopia

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Retornaram para dentro de casa alguns minutos depois aquele "clima estranho" que Maria ainda estava atordoada perante aquela sensação nova. Fechou os olhos alguns instantes enquanto Vanoska estava distraída colocando algumas pecas de roupas que estava vestida no cabide perto da porta, e Maria mais uma vez sentiu aquele frio estranho que subia pela lateral de seu abdome o mesmo se transformava em calor assim que chegava perto de seu coração. Olhou para Vanoska em seguida e seu corpo começou a dar uma leve tremida quando esta se virou para para olha-la de volta. A russa esboça um leve sorriso de canto e se aproxima da mesma para lhe retirar o cachecol, o protetor de ouvidos e as demais pecas que esta vestia. Ao sentir novamente aquela mão delicada encostando em sua pele, Maria suspirou e semicerrou os olhos mais uma vez tentando absorver ao máximo a sensação daquele contado. Levantou os olhos logo em seguida para fitar a Vanoska que estava-a olhando de volta, mas não conseguiu decifrar qual era o tipo de expressão que a mesma lhe devolvia. Em seguida, a mulher mais alta apenas se vira de costa e segue em direção ao segundo andar sem pronunciar nada e deixando Maria ali sozinha no mesmo local. Maria a acompanhou com o olhar ate que ela sumisse pelas escada acima e colocou a mão seu rosto esfregando a palma de sua mão na mesma. Retirou o casaco colocando esse pendurado no cabide e segue andar acima logo em seguida.

Chegando no quarto aonde havia dormido na noite passada e encontra a russa ali apenas de calcinha e uma blusinha fina escolhendo alguma outra roupa no closet ao lado. Maria se virou de costas naquele instante, Vanoska estava silenciosa, estava estranha para falar a verdade. Deu mais alguns passos para ficar no meio do compartimento e a mesma se vira para lhe dizer:

Vamos dar uma voltinha no centro da cidade? Preciso ir ao mercado. – Diz a mais alta ainda de costa escolhendo uma outra peca de roupa para sair.

Maria concordou com a cabeça e olha para os lados vendo que sua peca de roupa já estava "preparada" acima da cama. Arqueou a sobrancelha ao ver aquele conjunto de peca que dava um ar de infantil. Se aproximou desse e tocou-o com sua mão.

Vista-se! – Ordenou a russa apontando para a peca com o queixo. – Se der tempo voltaremos antes do meio dia, senão vamos almoçar por lá mesmo.

A cidade e muito longe daqui? – Pergunta Maria desconfiada

Sim, da uns cinquenta quilômetros, mas por causa da neve ira demorar muito mais para retornar. – Respondeu ela indo em direção ao banheiro

Maria vestiu aquela peca estranha a contra gosto, não era algo de adulto e sim de uma adolescente de doze anos. Se olhou no espelho e se achou patética, mas não podia argumentar nada, alias, seu papel ali era de apenas uma boneca, e bonecas não reclamam. Depois disso aguardou a russa no andar de baixo e assim que ela veio as duas saíram em direção ao carro para alguma cidade que Maria não fazia a mínima ideia da onde era, mas iria ficar atenta ao máximo para mapear o que podia conseguir.

No caminho, poucos carros passavam por si, a estrada estava íngreme e mesmo dirigindo a uma velocidade abaixo dos cinquenta quilômetros ainda era perigosos a derrapagem. Vanoska mais uma vez estava calada e isso já estava assustando Maria que percebera a indiferença dela. Suspirou fundo e respeitou aqueles minutos de silencio enquanto as duas seguiam pela estrada. Maria notara que nem havia placa de transito naquela rodovia, o asfalto era mal organizado e mais tinha estrada de chão do que uma estrada decente, e o pior, sem as placas que informavam os lugares, também não poderia saber aonde estavam e em qual região estava. Não contou para Vanoska que havia apreendido o alfabeto russo, para falar a verdade aprendera algumas palavras também, mas ainda estava muito limitada para entender uma conversa inteira. Estava perdida em seus pensamentos e do nada a russa ao seu lado começa a falar:

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora