Maria fitou por um instantes aqueles olhos castanhos azulados e não sentiu emoção nenhuma, deveria estar com medo, apavorada, ou ate ter alguma repulsa pela mulher que lhe trouxe ate aquelas condições e lhe proporcionou tamanha tamanha que jamais havia sentido ate então. Mas, não conseguia sentir absolutamente nada, uma total ausência de emoções que ate de um certo modo a estava deixando confusa. Aos poucos as suas memorias retornaram, assim como as memorias de seus pais juntos de quando era criança. Respirou fundo ao perceber que ainda estava viva, virou a cabeça e continuou a fitar o teto ainda de forma serena e sem piscar os olhos.
– Maria... – Vanoska tenta analisar a garota, mas não conseguia defini-la, não sabia como ela estava e qual era a proporção da dor que a mesma carregava. Apenas levantou um pouco a cabeça e chama por Olga que estava na cozinha preparando um alimento.
Imediatamente a senhora se aproxima e percebe que a garota dos olhos âmbar tinha despertado, porem os seu estado ainda não era de alguém que estava com condições de se mexer.
– Vanoska, leve-a para a dispensa, eu já deixei preparado uma maca e eu preciso curar os ferimentos dela o quanto antes. – A senhora se vira e em seguida se dirige em direção a aquele pequeno quarto já preparando os objetos assim que entrou para chegada da "paciente".
A loira olhou novamente para Maria que ainda estava com o olhar grudado no teto, e põe a mão no rosto da mesma com cuidado para que seus olhos a fitassem.
– Precisamos examina-la. – Com o polegar esquerdo fez um leve carinho na maça do rosto da mesma e em seguida fica de joelhos para retirar a grossa camada de coberta sobre as duas, deixando apenas uma fina camada de lençol para levantar Maria que ainda estava nua em seus braços enquanto carregava-a em direção aquele local.
Vanoska entrou, pôs Maria na maca improvisada e logo em seguida Olga fecha a porta analisando a temperatura do ambiente que estava marcando acima do interruptor da lâmpada. Aumentou esse para trinta graus e em seguida coloca mais uma vez as suas luvas cirúrgicas para analisar a moça a sua frente. A senhora primeiramente mede a temperatura de Maria que estava por volta dos trinta e cinco graus e meio e em seguida retira a fina camada de lençol ao qual cobria a mesma. Vanoska naquela hora levou a mão em seus olhos virando o rosto logo em seguida, não conseguiu suportar ver aquilo e olha que já tinha visto coisas muito piores antes, mas pelo simples fato de ser Maria, fez todo o seu ser se abalar naquele instante.
A senhora adapta o soro na jovem mais uma vez e em seguida coloca alguns analgésicos junto com antibióticos diretamente para a veia desta.
– Terei que fazer pontos e desinfetar tudo – Ela fala se virando para a outra russa que estava ao seu lado, já avisando-a . – Tem certeza que quer ficar aqui?
– Sim eu irei ficar! – Respondeu Vanoska tentando ser firme, mas na verdade estava se segurando para não chorar ali mesmo.
Olga começou o procedimento com cuidado, primeiramente limpando toda a superfície do corpo de Maria e em seguida passa um pequeno desinfetador em cada micro corte que ela possuía fechando-os logo em seguida com pequenos esparadrapos apropriado que juntavam as duas camadas de pele. Não eram cortes grandes eram menos de um centímetro cada um, porem eles não eram cortes comum, pareciam pequenos olhando do lado exterior, mas esses eram extremamente profundo na parte interna, esse era um dos procedimento da sessão três, e a dor era insuportável de aguentar, inclusive Maria veio a desmaiar varias vezes durante o processo e mesmo assim se manteve firme nas respostas.
Vanoska engolia seco a cada vez que seus olhos circulavam para aqueles cortes que estavam presentes na perna, costas, braços e panturrilha. Mais uma vez coloca a mão em seu coração e sente uma enorme dor no local, esse parecia que ia se rasgar em qualquer momento, ela já havia passado por essa experiência a vários anos atrás, a dor era horrível ate para quem já havia sido treinada.
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Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)
Misterio / SuspensoMaria Galantis, uma moça meiga e gentil, que teve seu destino traçado por espinhos após se casar com Nicole Barone, uma temida e poderosa empresária e dona de uma das maiores empresas de construção civil da Europa. Maria vive em uma prisão doméstica...