Deixe-me viver!

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Eu gosto de flores; admiro aquelas flores pequenas, frágeis, tranquilas e que soltam um doce perfume que toca em minha alma e transmita-me uma mensagem de esperança. Pois é isso que mais me faz falta nesse momento.

Estou desenvolvendo uma obra que transmitiste a essência da minha alma. Uma pequena e delicada flor de jasmim presa nos espinhos de uma rosa negra, agonizando e gritando por ajuda. Meu nome é Maria Galantis, sou uma moça de 26 anos, baixa de corpo franzino, olhos e cabelo de cor âmbar, graduei aos 22 anos em uma faculdade de artes, era uma menina alegre, dedicada, tirava boas notas na faculdade, e sempre pintei retratos de flores, não sei do porquê, mas, para mim, flores transmitam a esperança e a coragem. Em lugares remotos e desérticos; a natureza sempre presenteará com flores na primavera.

Enquanto finalizava com tons escuros os toques finais desse doloroso quadro; escutava a minha rádio favorita naquela manhã. A apresentadora estava entrevistando uma respeitada cirurgiã plástica da nossa região. Seu nome era Sophia Pellegrini. Aquela voz, forte e decidida soou palavra que fizeram-me pensar em uma possibilidade de sair desse abraço de espinhos ao qual eu me encontro.

– Bom dia Doutora Pellegrini! Seja bem-vinda ao nosso programa e muito obrigada por aceitar a nossa entrevista. – Disse Joana Albert, apresentadora de carreira daquela rádio.

– Bom dia Joana, Bom dia ouvintes o prazer é todo meu. – Respondeu a Dra. com uma voz doce, que lembrava a pureza de uma criança. 

– Dra. Pellegrini, ouvi dizer que a senhorita é bastante conhecida por fazer cirurgias delicadas de reconstrução, exclusivamente para pessoas que sofreram algum tipo de acidente ou queimaduras. Poderia falar mais sobre o seu trabalho?

– Bem, digamos que eu apenas quero providenciar uma oportunidade para as pessoas de recomeçar uma nova vida, principalmente aquelas que sofrem.  Falou de maneira sincera. 

– Recomeçar uma nova vida? Pergunta Joana Albert, confusa pela resposta. 

– Se uma operação cirúrgica pode salva a vida de um paciente. Uma cirurgia plástica poderá trazer mudanças no interior da alma de uma pessoa. Não estou falando apenas de estética, mas sim de se sentir bem consigo mesma.  Sua voz soava de maneira tão doce e tranquila que Maria olhou diretamente para a flor de jasmim de maneira fixa, enquanto tentava ao máximo absorver as palavras da entrevistada. 

– Verdade! Cirurgia plástica pode renascer a autoestima do paciente, isso é dedicação maravilhosa Dra.!

– Obrigada!

Ao ouvir aquelas palavras, uma ideia surgiu em minha mente, uma pontada de esperança brotou em meu coração. Será que dará certo se eu tentar fazer isso? Não sei a resposta, mas, não custará nada tentar.

Mal terminei os últimos toques de minha nova obra, e minha esposa entrou em meu pequeno estúdio. Abriu a porta com robustez e deu passos largos em minha direção. Seu nome é Nicole Barone, uma mulher madura no auge dos seus 37 anos, estatura alta e longos cabelos negros acompanhada com um olhar magnético de cor topázio, tinha silhueta atlética e rígida. Nicole é herdeira e única filha da família Barone, empresários muito poderosos de uma empreiteira de obras que cobriam grande parte da Europa. Estávamos casadas a 5 anos, quando a conheci eu era uma menina completamente ingênua e insegura, admirava Nicole por sua bravura e firmeza, mas hoje, ela se tornou a pessoa que eu mais temo nesse mundo. Sua presença me dá calafrios, sinto meu peito doer e a minha respiração ficar cada vez mais pesada assim que seus passos aproxima. Sinto pânico.

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora