Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)

Próxima camada

Maria ficou em silencio por um bom tempo fitando a paisagem externa da janela, estava muito nervosa, com medo e angustiada. Para falar a verdade já estava demorando, Nicole nunca iria desistir, nunca mesmo, e nem mesmo ela sabia o que ela própria tinha para fazer aquela mulher dos olhos topázio ter essa obsessão tão forte por ela, pessoas normais iriam apenas desistir, mas Nicole tinha uma intenso sentimento de propriedade que no caso "escapou de suas mãos". Maria vira o seu olhar novamente para fitar Vanoska que estava apreensiva tentando ler os traços de suas feições e por fim a mais baixa apenas disse:

– Ela não é uma pessoa normal. – Maria suspira fundo e continua – Ela não ira desistir ate não me achar, mesmo se estando morta... – O medo que sentia dentro de si dobrou de tamanho naquele instante.

– Ela não vai encontrar você! Eu não irei permitir. – Vanoska aperta com leveza as pequenas mãos de Maria sob as suas e prossegue. – Maria, você não me contou uma boa parte de sua vida, acredito que nem mesmo você saiba, mas, – Engoliu seco – mas que tipo de relação você e ela tinha? Porque de casal normal que não era...

Maria aperta o cenho, tinha uma longa historia junto de Nicole, e depois de alguns anos de "casamento" Nicole começou a mudar, ficou agressiva, possessiva e ate um tanto paranoica e o pior de tudo é que Maria ainda gostava dela, a amava na verdade, desde quando as duas não passavam apenas de namoradas.

– A gente era casada, morávamos juntas e nosso casamento começou a entrar em crise depois de alguns anos... – Maria começou a estranhar Vanoska naquele instante, por que ela havia feito aquele tipo de comentário?

– Maria, como foi que você conheceu aquela mulher? E como foi que vocês pararam juntar? Eu preciso saber – Vanoska se levanta e puxa a cadeira para se sentar de frente a ela, jogou o seu corpo para frente para encara-la de perto e ouvir melhor a resposta da outra.

– Eu não quero falar sobre ela, não me trás boas lembranças... – Maria tenta desviar sua visão, mas foi em vão, porque Vanoska a vira de volta para ela de novo.

–Me conte por favor! Eu preciso saber de detalhes! – Precisava saber sim, mas não porque estava com ciúmes, mas para tentar "ler" melhor o perfil do seu novo alvo de maneira onipresente.

– Bem, a gente se conheceu na exposição do ultimo ano da minha formatura, ela foi nessa exposição e começamos a nos falar, depois nos tornamos amigas por um curto período ate a ela me chamar para sair, e foi assim de maneira normal, porquê? – Agora Maria estava curiosa pela resposta da outra.

– Como era a relação dela com você no começo?

Maria excitou a falar, mas tentou relembrar os detalhes.

– Ela era gentil, carinhosa ate de mais, me enchia de presentes e nunca deixava faltar nada em relação as minhas obras de artes ou para minha mãe que se encontrava efêmera. – Ao visualizar os fleches ocultos de memoria, Maria chegou ate um ponto importante. – O primeiro ano de casada era mil maravilhas, eu nunca me sentia tão feliz na minha vida, eu gostava muito dela, a admirava e ela me transmitia uma certa força que eu não conseguia achar dentro de mim, porem, aconteceu um episodio que tudo mudou. – Maria parou de falar, isso não importava, não queria falar de sua vida, mas Vanoska insistiu mais uma vez.

– Maria, eu estou te pergunto isso porque acho que você foi uma vitima dela, não sei se ela queria você como esposa ou alguém para "servi-la" – Vanoska apenas terminou de falar e Maria já levanta uma sobrancelha devido a hipocrisia da mulher a sua frente. Se Nicole era isso então Vanoska era o quê? O que a russa estava fazendo com ela era exatamente a mesma coisa, porem executada de maneira diferente.