Fetiche

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 Andrei estava preparando as sua malas, passaporte novo, identidade nova, estava estudando e recolhendo alguns documentos para retornar a ilha ao sul da Europa e retomar os negócios. As coisas estavam muito difíceis, novos concorrentes tomaram boa parte do território das vendas e aquilo não poderia deixar barato, se quisesse continuar vivo claro.

– Você é um grande bosta! – Vanoska estava furiosa jogando algumas caixas com papeis no chão, estavam na casa de Andrei, a mesma casa em que Sophia havia levado Maria antes das três partirem para o aeroporto. – Quem foi que deu essa ideia? Você? Você não tem essa capacidade toda para arquitetar isso! Só pode ter sido a Olga ou outros membros do concelho!

O rapaz respirou fundo irritado, estava conferindo os documentos novos, iria entrar na Itália como um espanhol e de lá iria fazer o resto que foi comandado a fazer.

– Eu não tenho outra escolha esta bem! – Ele se levanta e abre os braços para os lados, aquilo era arriscado, não só pelo concelho, mas sim ter que furar o comercio de outras máfias. – Foi culpa sua de ter se metido em algo que não tinha podia controlar! Foi culpa sua de estarmos nessa situação e ter perdido o nosso pai! – Ele não aguentou, precisou jogar tudo no ventilador de uma vez.

– Culpa minha por que imbecil? Quer me culpar agora pelas tuas incompetências? Se não fosse eu ter segurado a merda toda jamais que você poderia retornar para tomar de volta o negocio! – Vanoska estava aos berros, essa era a sua verdadeira personalidade, apenas com o irmão conseguia ser transparente, ao lado dele se sentia a vontade sem precisar usar as mascaras. Estava ajudando-o a separar cada pedaço de informação e elaborar uma estratégia, precisavam retomar o negocio da venda de armas, senão estariam com um belo prejuízo.

– Você é mesmo lerda heim Vanoska? Quem denunciou a gente foi aquela senhora Barone justo com aquela tal de Juliana que veio com você! – O irmão não estava acreditando, não seria possível que a irmã estaria tão por fora assim das investigações que o concelho havia feito. – Escuta aqui! Não tem como esconder nada do concelho e você sabe disso! A própria policia italiana recebeu a denuncia, e sim foram elas! Não tinha como não ser! O alvo não era os imigrantes ilegais era a gente!! E você deu corda pra isso!.

Vanoska suspirou fundo apertando os olhos, sim estava desconfiada que Juliana poderia estar por trás da denuncia, ela havia negado, mas aquela historia estava muito estranha e sim, mais uma vez se arrepende por tê-la eliminado, mas fez isso para tentar encobertar o caso do trato que havia feito com ela, e no fim, o alvo era ela. Olga tinha razão, estava perdendo a linha, estava perdendo a cabeça para continuar ao concelho e infelizmente, sair não tinha como.

– Você tem certeza que Maria ficara bem? – Ela olhou para baixo e não deixou de demostrar o seu olhar de tristeza.

Andrei a olhou com uma cara seria, não se lembra desde quando a irmã se importava com alguém que não era da família.

– Eu não sei...

– Ate quando ela terá que passar por isso? – A loira colocou as duas mãos na cabeça, estava se amaldiçoando.

– Ate ela estar pronta para voltar, ou ate você estar pronta. – Ele fez uma mini cara de deboche e coloca a mochila nas costas. – Eu vou tentar ser o mais breve possível, irei usar aquela mulher assim como ela usou a gente. Irei manter contato assim que for conveniente, tchau!

Saiu da casa em direção ao carro, de lá iria direto para o aeroporto rumo a Espanha, após isso, a sua jornada iria recomeçar mais uma vez, tentando ajuntar os cacos que sobrou do trabalho de seu pai e recomeçar do zero.

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora