–Alô. Nicole. – Sentia o coração começando a pulsar descontroladamente.
–Maria? – Nicole estava incrédula tentando confirmar a voz dela – MARIAA!!! Aonde você está? Como ousa me abandonar de novo! – Nicole que estava dentro do quarto de hospedes, saiu para sala dando um sinal com as mão para que seus homens se levantassem e foram em direção aos carros.
–É muito bonito aqui...–Maria começou a chorar, escutar a voz de Nicole lhe desencadeava sensações ruins.
–Aonde você está? Me diz agora que eu irei buscar você! – Nicole falava ao telefone, enquanto o secretario particular carregava o notebook nas mãos conferindo as mensagens recebidas pelo grupo de Juliana.
–Nicole... Eu te entendo...
–AONDE VOCÊ ESTÁ?????
–Eu sei que você possui muitas feridas... assim como eu...
–Do que é que você esta falando?
–Ao contrario de você, sou fraca e incapaz. – Maria já soluçava descontroladamente.
–Maria?
–Adeus Nicole...– Maria depositou o celular ao lado sem ao menos desligar a chamada. Ficou ali sentada por alguns segundos, enquanto observava os últimos raios de sol.
Ainda podia ouvir os gritos de Nicole vindo do celular quando se levantou, passou a mão no rosto para enxugar as lágrimas, e antes de partir olhou para suas coisas no chão:
–Adeus, Maria Galantis. – E caminhou em direção a estrada de chão que dava acesso a rodovia principal que contornava a beira-mar.
Por ela, a vida de Maria Galantis realmente teria terminado ali, naquele precipício. Chegou a hora que ela iria começar uma nova vida, teria que encontrar uma maneira de se estabelecer e ajudar a mãe. Sua genitora fora o único motivo para que aquele ato de "suicídio" não ter sido real.
Sabia que Nicole já estava a caminho, a conhecia muito bem, tentou fugir varias vezes no passado, e levou tempo para ter noção do que Nicole realmente era capaz. Sabia que ela pagava para ter imagens de câmeras publica, Maria nada mais era do que um GPS ambulante. Esse foi um dos motivos que preferiu pegar a estrada e andar por vários quilômetros a beira-mar. Não se sentia segura em pegar transporte publico, não aos redores da cidade aonde estava.
Tinha planos de andar até uma praia próxima, que ficava menos de sete quilômetros dali, iria chamar algum taxi e seguir para alguma cidade bem longe, só assim poderia pegar o transporte de ônibus e voltar com segurança. Voltar de trem nem pensar, ele pedem o numero do documento para comprar a passagem, por isso que preferiu andar de ônibus ate agora.
Estava muito cansada, suas pernas estavam reclamando de dor e sentia um desconforto enorme nas costas devido ao mochilão que carregava. Já estava quase totalmente escuro, apenas um fiapo de luz se podia ver no horizonte. Decidiu parar por um momento em uma barraquinha de um vendedor ambulante, comprou um espetinho e água de coco, essa seria a sua pequena janta. Havia bem pouca gente naquele local, tinha apenas um trailer vendendo comida e algumas pessoas que estavam acampando ou tomando cerveja ao redor. Sentou um momento para comer seu espetinho. Não havia se passado nem uma hora que sairá daquele penhasco.
Enquanto comia seu lanche, algo além a chamou a atenção. No precipício aonde estava, que ainda podia ser visto dali, havia algumas luzes de carro na estrada que ligava até aquele relevo.
–Não, não, não pode ser! –Maria se levantou incrédula apertando os olhos para ver melhor.
Não tinha duvidas, eram sim carros, vários carros estavam lá. Acreditava que Nicole iria vir em torno de cinco horas ou talvez menos. Isso quer dizer que ela já estava na cidade ou havia homens que trabalhavam para ela naquela região.
![](https://img.wattpad.com/cover/316159060-288-k607091.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)
Misterio / SuspensoMaria Galantis, uma moça meiga e gentil, que teve seu destino traçado por espinhos após se casar com Nicole Barone, uma temida e poderosa empresária e dona de uma das maiores empresas de construção civil da Europa. Maria vive em uma prisão doméstica...