Novos degraus

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Passara alguns dias e a curta férias de Isabel já havia acabado. Custou voltar para a casa, parecia que aquele "refugio" não havia adiantado de nada, apenas piorou o seu quadro emocional que a perturbava mais ainda. Estava decidida, amanha cedo iria falar com uma colega psicóloga e marcar uma consulta, ou isso, ou ficava louca de vez. Chegou em seu apartamento, comeu uma janta simples e após tomar um banho se sentou no sofá da sala, usando apenas uma lingerie de cor bordo. Ligou a caixa de som antiga com uma musica clássica e abriu uma garrafa de vinho vermelho suave. Perdera um bom tempo ali, de cabeça jogada para trás e tomando o vinho em pequenos goles. Não era forte para bebidas, e muito menos agora que já havia tomado mais da metade da garrafa sozinha. Abriu os olhos e viu tudo ao seu redor arrodeando, sorriu, estava completamente bêbada e apreciava com prazer cada segundo daquele momento solitário.

Ao encher novamente o copo de vinho, se atrapalhou e deixou a garrafa inteira cair no chão, manchando boa parte do tapete da sala. Isabel deu uma risada alta depois disso e chutou com a ponta do pé a garrafa que rolou longe. Suas bochechas já estavam completamente vermelhas, dando um contraste interessante naquele rosto de pele branca como vampiro. Tomou o resto do vinho da taça com um só gole, e rolou a cabeça na cabeceira do sofá ficando quase de cabeça para baixo, e deixando seus longos cabelos negros encostarem ate o chão. Nem se atreveu abrir os olhos, estava tudo girando mesmo. Após algum tempo ali, ouviu um pequenos barulhinhos de dedos batendo na mesa na penteadeira que ficava perto da porta de entrada. Abriu os olhos devagar, e deu de cara com um par de olhos verde primavera vindo em sua direção e ficando de frente aos seus.

–Porque você não me deixa paz? – Disse Isabel com a voz mole para a "ilusão" que vira em sua frente.

–Isabel! O que você aprontou aqui? – Sophia olha ao redor e viu a garrafa no chão, e vinho derramado para todos os lados. Se aproximou de Isabel, e pôs a mão em sua cabeça para que ela voltasse a postura normal.

Isabel se sentou no sofá com dificuldades, e encarou Sophia com um olhar difícil de descrever. Sophia se aproximou para analisar melhor o estado da amiga, que pelo visto havia bebido bem mais que sua capacidade.

–Isabel? O que te deu na cabeça beber assim? Vem, vamos já pro quarto!

Sophia fora ate ali porque estava preocupada. Isabel sumiu e seu telefone só caia na caixa de mensagens. Não passara nem um só dia sem conversar com a amiga por telefone, por isso decidiu vir ate a casa dela verificar se ela já havia chegado.

Sophia apoia um braço atrás de suas costas, e a outra em suas pernas, a levanta do sofá a conduz ate o quarto. Isabel enrolou seus braços em volta do pescoço de Sophia, e enterrou o seu rosto nos cabelos ruivos ondulados. Chegando no quarto, Sophia coloca a amiga na cama e a cobriu com algumas cobertas grossa que encontrara por ali, estava muito frio, e a amiga nem de pijama estava. Fechou a porta atrás de si, e foi para a sala limpar a sujeira que estava naquele lugar, pegou a garrafa do chão e jogou no lixo, e passou um pano nas partes que tinha vinho. O tapete já era, tinha que mandar lavar em algum lugar. Limpou o pano e deixou estendido perto da maquina. Ia se preparar para ir embora, mas foi ate o quarto de Isabel dar uma ultima checada pra ver se morena estava tudo bem. Abriu a porta por poucos centímetros, e espiou adentro, porem a amiga não estava mais deitada lá.

Sophia adentrou no quarto, indo em direção ao outro lado da cama pra ver se a morena não estava caída ali no chão, e também nada. Ia se virar para sair do quarto, mas sentiu um par de mãos a envolvendo delicadamente em sua cintura. Isabel a abraça por trás e coloca seu rosto em sua nuca. Sophia se vira rapidamente e segura com delicadeza pelos punhos da amiga.

– Isabel! Você esta gelada, volte para cama agora!– Ao contrario disso a amiga se próxima mais e mais dela colando a testa na sua. Sophia pode sentir o aroma doce do vinho exalando de seus lábios. A morena coloca uma mão em seu rosto, a outra a puxa pela cintura, e a conduziu em direção a cama. Sophia cai na cama e nem teve tempo de se mexer, porque Isabel já estava encima dela prendendo os seus braços para trás.

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora