Deja-vu

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As duas foram seguindo viagem de volta a Catania percorrendo quase o caminho todo em silencio. Maria mal tocara na comida durante as paradas e Vanoska percebera que ela parecia estar preocupada, a garota estava pálida, constantemente olhava para baixo e mal respondia as perguntas que eram lhe dada.

Sua mãe esta bem de saúde? Perguntou a loira quando elas pararam em um restaurante para ter o almoço, a viagem seria longa e só chegariam ate a ilha Sicília a noite.

Maria estava distraída olhando para um casal que estavam sentados na outra mesa e eles constantemente olhavam de volta para ela. Não era loucura de sua cabeça, o mesmo casal estava presentes nas ultimas paradas anterior. Suas mãos estavam sobre a mesa e o tremor de seus pequenos dedos foi perceptível para a russa que estava a sua frente.

– Você esta se sentindo bem, Eiii! Maria!!! – A loira passa com a mão na frente dos olhos dela e por fim Maria volta a realidade.

– A sim estou bem, e a minha mãe esta bem também. – Respondeu tentando disfarçar, mas na verdade é que toda hora estava olhando para a porta da saída, imaginando que do nada Nicole poderia aparecer e armar o maior barraco ali. Ela havia a reconhecido, mas como? Chamou por ela, mas por que depois se afastou e ficou a distancia? Se Nicole soubesse que era ela, não iria deixa-la entrar no carro e partir assim. Senhorita Evans? Quem seria essa pessoa e por que do nada ela a chamou por esse nome? Maria esfrega a cara tentando ao máximo controlar os seus nervos e mais uma vez a russa a sua frente a chamou a atenção.

– Você escutou o que eu acabei de te dizer??– Ela apertou o maxilar em impaciência. – Antes de chegarmos ligue para o anfitrião de seu alojamento e acerte a saída.

– Queee ?? Comoooo?? Por quee???? – Agora Maria resolveu deixar a morena de lado para pensar na loira.

– Isso mesmo que você ouviu! Ligue para ele antes de chegarmos para acertar a saída. Hoje a noite pedirei para alguém entrar no seu alojamento e buscar as suas coisas.– Disse ela na maior calma sentada de pernas cruzadas.

– Não vai não!!! Eu tenho coisas lá e eu vou morar aonde na rua??? – Maria finalmente abriu a boca para se exaltar e Vanoska a olha com desdém.

– Você é surda por acaso? Eu acabei de falar que você ira morar comigo!

– O Que??? Eu não posso ir morar com você, não assim não agora! – Estava custando de fugir de uma morena e agora tinha de fugir da loira também.

Vanoska estala os lábios e se inclina para frente em direção a Maria que já ficou toda encolhidinha devido aquele olhar intimidante desta.

– Você vai se mudar para minha casa ainda nessa noite. Ponto final!

Maria do nada teve uma reação inesperada após ouvir aquela frase, ela se levantou de supetão e saiu correndo para fora do restaurante sendo seguida de imediato pelo casal que a estava vigiando. Estavam em uma das paradas para os viajantes, e ali não havia nada além de carros, motocicletas e ônibus. O lugar era enorme, tinha posto de gasolina, restaurantes, lanchonetes, como se fosse uma pequena rodoviária. Ela corre em direção a um pequeno parque que se encontrava ao fundo dos estacionamentos e foi diminuindo a velocidade dos passos ate chegar aos limites da grade em que a separava de um rio. Respirou fundo, e cada vez mais fundo, tentando diminuir o ritmo cardíaco e só agora havia se lembrado de que havia esquecido a sua bolsa com seus pertences e dinheiro na maldita cadeira do restaurante. O que acabara de ter agora pouco fora um Deja-vu, sim, isso mesmo que aconteceu, e era essa reação que deveria ter feito quando esta mesma cena havia acontecido pela primeira vez a mais de seis anos atrás. Colocou as mãos na grade e ficou de cabeça baixa olhando para o rio especialmente para as pequenas pedrinhas no fundo deste. Não deu nem dois minutos e sentiu alguém se aproximando por trás e este colocou a mão em seu ombro, seus olhos se apertaram e não ousou se virar.

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora