Maria... Boa Sorte!

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Pequenos raios de sol surgiram rasgando a escuridão daquele quarto através do canto das cortinas e acariciando a face de Maria que veio a despertar . Maria olhou para os lados e viu que estava sozinha, um suspirou de alívio, e um sentimento de tristeza inundava o seu coração. Olhou para seu corpo, viu que estava completamente nua, suas genitálias doíam levemente. Olhou para o lado e viu que os lençóis tinham pequenas manchas de sangue; raiva e vergonha lhe subiam até preencher as expressões do seu rosto.

Se levantou pegou um roupão que tinha do lado da cama, vestiu, e foi até a porta do quarto que dava acesso a sala de sua suíte. Maria parou com a mão na maçaneta com receio de abri-la, não queria ver Nicole. Ao abrir a porta, viu que na mesa da sala tinha um pequeno banquete, provavelmente algum empregado o colocou aí de amanhã. Olhou pelos lados:

_ Nicole?- Nicole sempre ia trabalhar por volta das seis horas da manhã, mas queria ter absoluta certeza de que estava sozinha naquela suíte.

Foi em direção da pequena pia que estava à sua esquerda, lavou as mãos e em seguida se dirigiu a mesa, sentou, e começou a saborear alguns morangos e pedaços de mamão que estavam disponíveis ali. Ao pegar a xícara para fazer seu café, viu que tinha um envelope debaixo da jarra de porcelana. Engoliu seco, e suas mãos começaram a tremer. Odiava aqueles recadinhos de Nicole, pegou o envelope, abriu, viu que era um convite para a inauguração de uma galeria nova na capital Roma e duas passagens aéreas de ida e volta que partiam e voltavam ainda nesta noite. Junto com o convite estava outro papel, escrito por Nicole.

'Seu cheiro ainda está impregnado

em mim. Maria, você não ideia do quanto

Eu te Amo.''

Maria perdeu o apetite na hora. Abandonou a refeição e foi em direção ao quarto. Abriu as cortinas e deixou os raios solares entrarem totalmente. Uma lágrima escorria em sua face direita. Se lembrou da noite passada, da crise de pânico que teve, do momento em que Nicole a abraçou e tiveram relação. Maria não soube explicar o porquê não se desvencilhou quando Nicole a tocou. Confessava que sentia medo, Nicole odiava ser ignorada, apesar dela ser uma pessoa extremamente linda e atraente, Nicole não era tão bruta na hora do sexo e Maria não queria provocá-la. Porém, ao lembrar que havia gozado nos braços de Nicole, abaixou a cabeça em sentimentos mistos de vergonha, humilhação e derrotismo, sussurrou para si:

_ Eu perdi completamente o controle de mim mesma, não deveria ter deixado-a me tocar. - Enquanto falava colocou a suas mãos no rosto em vergonha.- O que será isso? síndrome de Estocolmo?

Depois de ter tomado um banho matinal, Maria foi até seu estúdio, olhou sua nova obra, a flor de jasmim dentro de uma garrafa em alto mar. Fez um últimos retoques, nada de detalhes, era para ser bem simples, pois não havia muito tempo para fazer uma obra do jeito que queria; isso era apenas um rabisco para uma artista.

Deixou a obra secar num porta quadro bem no meio do seu estúdio e se dirigiu até a sacada para pegar um ar fresco. Ao abrir a porta da sacada observou a movimentação ao redor do jardim e a saída da mansão, eis que Maria percebe que o número de seguranças ao redor da mansão mais que triplicou nesses últimos dois dias. Maria olhou para baixo e tinha seguranças debaixo da sacada dela, foi até a janela do banheiro que ficava na parte de trás em direção a uma floresta, lá também tinha seguranças.

Maria retornou até a sacada sentada em uma cadeira de cabeça baixa pensou: ''Agora será impossível de fugir desse lugar''. Enquanto analisava a rotina dos funcionários, jardineiros, empregadas etc. Eis que surge um dos carros da mansão pelo portão de entrada, Maria o observa, e sai de lá um senhorzinho de idade com várias malas e equipamentos de dentro do carro. Maria pensou ser algum parente do senhor Hector ou algum visitante. Poucos minutos depois um dos funcionários bateu na porta:

Chamas e Espinhos (ROMANCE LÉSBICO)Onde histórias criam vida. Descubra agora