† CAPÍTULO 53

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"Falar em juras, não te prometo nada
Só que, sempre que eu for, eu volto
Às vezes, a paixão sufoca"
Leal, Djonga

Sol Santiago

Deixo as lágrimas cair e passo a mão no cabelo.

Tá todo mundo morrendo na minha volta e o próximo pode ser qualquer um de nós. Por minha culpa talvez.

A porta se abre e Gabriel me encara, vendo eu arrancar meu cabelo.

— Colê...

—  Sai daqui. — peço, chorando. — Sai daqui, droga! Sai.

Ele nega, sentando na minha cama.
Empurro ele, mas ele me abraça. Não me afasto.

Sinto o cheiro dele invadir o desespero, me puxando de volta.

— Ele matou ela. — Sussurro.

— Eu sei. Fui eu que recebi a caixa.

Choro, abraçando ele com mais força.

Impressionante como ele me acalma.

— Eu quero voltar pro vale. — digo, decidida.

Gringo se afasta, sem entender.

— Tá falando o que, maluca?

— Ele tá mantando todo mundo, Gringo e só tá fazendo isso por que quer me atingir. Ele não vai me fazer mal.

Gringo ri, passando a mão pelo rosto.

— Foi ele que atirou em tu, Sol, tu tá viajando legal nessas suas ideias. —  ele aponta o dedo. —  Isso aqui é uma guerra, caralho, né por conta tua não. Você é só uma parte do ódio que a gente sente por ele.

Eu dou risada.

— Essa guerra de vocês, tá matando todo mundo! Daqui a pouco não vai sobrar ninguém.

Gringo vem até mim e me encara.

— É o único jeito de sair disso. — Ele passa os dedos no meu rosto. —  devia saber disso.

— Você sabe que não é assim. — ele vira o rosto. — confio em você, Gabriel.

Ele se afasta mais ainda.

— Tu tá perdendo o tempo então, namoral. — ele olha pra mim. — Tu tá querendo mudar o rumo de uma guerra, pô.

— A guerra é de vocês.

Ele concorda, abrindo a porta.

— Por isso tô te deixando livre, tu tá do lado errado dela. Merece mais.

Dito isso, ele sai, me deixando sufocada com todos meus pensamentos.

•••

Victor Lima | Vulgo Rato


— Nós vai dá um jeito nisso.

Abraço ela, que tá com os olhos vermelhos.

— Tu sabe que ele não vai mudar, Sol. Ele é o Gringo.

— Ele disse que essa gurra não é de hoje, o que tem por trás disso, Victor?

Sol espera minha resposta, mas na real, nem sei o que falar.

Pra minha sorte, a porta se abre e Dayane entra, arrastando uma mala.

Olho pra ela, que pareceu ter ficado dias chorando.

— Ane, você tá bem? — Dayane senta na cama e abraça Sol.

— Falô aí, eu vou bater um rango, volto já, já.

Abro a porta e vou na direção da lanchonete.

MENSAGEM - KAYLA

11:27
Você: Fala tu
Como tá as coisas aí?


11:29
Kayla: Oi Rato, tudo tranquilo.

11:29
Kayla: Tem como você me fazer um favor?

11:29
Você: Solta a voz

11:29
Kayla: Mais tarde cola aqui

11:30
Você: Suave


Entro na lanchonete e sinto um olhar, olho na direção do balcão e Tina sorri.

Faço legal e sigo na direção oposta, peço uma hambúrguer com suco de uva, parceiro.
Amo suco de uva!

— O que foi? — ela senta na minha mesa do nada. — Te fiz alguma coisa?

Tiro os olhos do celular e olho pra ela, sem entender porra nenhuma.

— Coé, pô, não. Tá doida? —  Mordo minha hambúrguer.

Vejo uma caixa na mão dela, mas nem digo nada, volto a comer minha parada.

— Eu ainda amo ele. — ela fala baixo, olho pra ela e vejo que sua cabeça tá baixa. — Por isso não te dei uma chance, entende?

Concordo, terminado o hambúrguer.

— Num queria ser falsa contigo. Se depois...

Nego com a cabeça.

— Tem isso não, pô. Gosto de tu e tudo, mas não sou otário. Sei que você gosta dele e pá, torço por vocês aí, Jaé? Mas eu sei quando tô sobrando na parada.

Me levantei e ela concorda.

— Qualquer dia nós se bate por aí.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora