"Falar em juras, não te prometo nada
Só que, sempre que eu for, eu volto
Às vezes, a paixão sufoca"
— Leal, DjongaSol Santiago
Deixo as lágrimas cair e passo a mão no cabelo.
Tá todo mundo morrendo na minha volta e o próximo pode ser qualquer um de nós. Por minha culpa talvez.
A porta se abre e Gabriel me encara, vendo eu arrancar meu cabelo.
— Colê...
— Sai daqui. — peço, chorando. — Sai daqui, droga! Sai.
Ele nega, sentando na minha cama.
Empurro ele, mas ele me abraça. Não me afasto.Sinto o cheiro dele invadir o desespero, me puxando de volta.
— Ele matou ela. — Sussurro.
— Eu sei. Fui eu que recebi a caixa.
Choro, abraçando ele com mais força.
Impressionante como ele me acalma.
— Eu quero voltar pro vale. — digo, decidida.
Gringo se afasta, sem entender.
— Tá falando o que, maluca?
— Ele tá mantando todo mundo, Gringo e só tá fazendo isso por que quer me atingir. Ele não vai me fazer mal.
Gringo ri, passando a mão pelo rosto.
— Foi ele que atirou em tu, Sol, tu tá viajando legal nessas suas ideias. — ele aponta o dedo. — Isso aqui é uma guerra, caralho, né por conta tua não. Você é só uma parte do ódio que a gente sente por ele.
Eu dou risada.
— Essa guerra de vocês, tá matando todo mundo! Daqui a pouco não vai sobrar ninguém.
Gringo vem até mim e me encara.
— É o único jeito de sair disso. — Ele passa os dedos no meu rosto. — devia saber disso.
— Você sabe que não é assim. — ele vira o rosto. — confio em você, Gabriel.
Ele se afasta mais ainda.
— Tu tá perdendo o tempo então, namoral. — ele olha pra mim. — Tu tá querendo mudar o rumo de uma guerra, pô.
— A guerra é de vocês.
Ele concorda, abrindo a porta.
— Por isso tô te deixando livre, tu tá do lado errado dela. Merece mais.
Dito isso, ele sai, me deixando sufocada com todos meus pensamentos.
•••
Victor Lima | Vulgo Rato
— Nós vai dá um jeito nisso.Abraço ela, que tá com os olhos vermelhos.
— Tu sabe que ele não vai mudar, Sol. Ele é o Gringo.
— Ele disse que essa gurra não é de hoje, o que tem por trás disso, Victor?
Sol espera minha resposta, mas na real, nem sei o que falar.
Pra minha sorte, a porta se abre e Dayane entra, arrastando uma mala.
Olho pra ela, que pareceu ter ficado dias chorando.
— Ane, você tá bem? — Dayane senta na cama e abraça Sol.
— Falô aí, eu vou bater um rango, volto já, já.
Abro a porta e vou na direção da lanchonete.
MENSAGEM - KAYLA
11:27
Você: Fala tu
Como tá as coisas aí?
11:29
Kayla: Oi Rato, tudo tranquilo.11:29
Kayla: Tem como você me fazer um favor?11:29
Você: Solta a voz11:29
Kayla: Mais tarde cola aqui11:30
Você: Suave
Entro na lanchonete e sinto um olhar, olho na direção do balcão e Tina sorri.Faço legal e sigo na direção oposta, peço uma hambúrguer com suco de uva, parceiro.
Amo suco de uva!— O que foi? — ela senta na minha mesa do nada. — Te fiz alguma coisa?
Tiro os olhos do celular e olho pra ela, sem entender porra nenhuma.
— Coé, pô, não. Tá doida? — Mordo minha hambúrguer.
Vejo uma caixa na mão dela, mas nem digo nada, volto a comer minha parada.
— Eu ainda amo ele. — ela fala baixo, olho pra ela e vejo que sua cabeça tá baixa. — Por isso não te dei uma chance, entende?
Concordo, terminado o hambúrguer.
— Num queria ser falsa contigo. Se depois...
Nego com a cabeça.
— Tem isso não, pô. Gosto de tu e tudo, mas não sou otário. Sei que você gosta dele e pá, torço por vocês aí, Jaé? Mas eu sei quando tô sobrando na parada.
Me levantei e ela concorda.
— Qualquer dia nós se bate por aí.
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...