† CAPÍTULO 56

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"A felicidade não tem lugar pra nascer"


Sol Santiago

Eu não aguento mais esse hospital, cara, essas paredes, esses remédios. O pior de tudo é a comida, slc!

Além de tudo, os meninos não podem ficar aqui sempre, porque tem algum policial rondando cada ala.

Mas tem uma pá de segurança em cada andar, parece que Ivan quer minha cabeça de qualquer jeito, e não vai medir esforços pra conseguir.

Ficar aqui nessa droga me deixa impotente de saber qualquer coisa.

Ouço um barulho na porta e um Black aparece.

— Fala tu, trouxe uma pessoinha pra alegrar teu dia. — Vinícius fala, sorrindo.

Hugo entra no quarto, segurando uma sacola do BK.

— Sol! — ele pula em cima de mim, me fazendo sentir dor no corpo todo.

— Oi neném, como cê tá?

— O que foi que disse sobre ter cuidado pra não machucar? Ela ainda tá dodói. — Ele coloca Hugo sentado.

— Desculpa. — ele fala, me entregando a sacola. — Papai disse que você tá magra, e que a gente vai te engordar, que nem João e Maria.

Gargalhei, olhando pra ele.
Abro a sacola e mordo minha hambúrguer.

— Quer? — pergunto pra Hugo que assente, deixo ele morder.

— Colê, para de falar com boca cheia, caralho. — enfio a hambúrguer na boca dele também. — Mulher maluca.

Rio, sentando na cama.

— Sol.

Hugo é uma coisinha tão linda, que da vontade de apertar.

— Você e o papai são namorados?

Olho desconfiada pra Vinícius, que dá de ombros, no cinismo, sentando na poltrona.

— Não, a gente só é amigo. Por que?

Ele sorri e pula de novo em cima de mim, me fazendo da altas risadas.

— É aqui mesmo o puteiro! — Victor chegou, segurando duas sacolas, com uma menina que nunca vi.

Hugo me olha, com os olhinhos brilhando.

— O que é puteiro?

Olho pra Victor, negando.

— Daqui a uns dez anos, tu vai em um. Papo dez, tu vai se dá bem lá, moleque.

— Claro, meu filho é um gostoso, chegou lá, as piranha gama na hora. — Vinícius se gabou, arrumando o black da criança. — Né, não, filhote?

Hugo me olha, perdido.

— O que é piranha?

Jogo o controle da televisão em Victor e o copo vazio em Vinícius.

— Parem de falar essa coisas! — Olho pra Hugo. — Quer jujuba, meu bem?

Ele concorda e aponto pro Vinícius e pro Victor.

— Levem ele. — olho pra menina, sorrindo. — Esse mal educado nem te apresentou, né? Prazer, Sol.

A menina sorri, se sentando na cama.

— Sou a Kayla.

— Finalmente tá com alguém que preste, hein, Victor?

Victor para de brincar com Hugo e me encara bolado.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora