"Não sei fingir que tá bem, esse defeito eu não tenho"
— Não tem mais nós dois, Resenha da blakkDayane Alves | Vulgo Ane
— Não tô tirando seu filho de você, pô. — repeti.
Bruno anda de um lado pro outro na sala, com ódio.
— Como tu fala isso, pô? Tu tá levando meu filho pra casa do caralho.
Coloco a mão no rosto, apoiando o cotovelo na perna.
— Cê tá fazendo isso por uma parada que já pedi desculpas, um erro besta…
Eu olho pra ele.
— Besta? Esse é o problema, pô, pra você tá tudo ótimo, né? Mas tu tem que saber! Já imaginou como eu me senti? Como me senti incapaz?
Ele nega, se aproximando.
Apoio as mãos no rosto, chorando.— Você não sabe qual a sensação de se sentir insegura…
— Chora não, pô.
— Parece que quem errou fui eu.
— Coé, Ane, o único que errado fui eu. — fungo. — Tu é a melhor mulher do mundo, Dayane.
Limpo as lágrimas e olhei pra ele.
— Tá me ouvindo?
— Mas você não pensou nisso antes de pegar a primeira que apareceu na tua frente.
Bruno segura minha mão.
— Eu sei. — ele beija minha mão. — Eu vou te dar teu espaço.
Ele beija minha mão. Vejo as lágrimas começarem a cair dos seus olhos e ele se levanta.
Pego minhas malas e ajeito na frente da porta.
— Mas quero te pedir uma parada. — Olho pra ele. — Não desiste da gente. Eu prometo que vou esperar vocês.
Ele sorri e sai.
Tudo o que consigo fazer é chorar.•••
Vinícius Costa | Vulgo Pimenta
Não tenho sangue de barata. Quando vejo o Boca descendo o beco, vou atrás e não dou tempo dele falar nada.
— Tá louco, caralho? — ele coloca a mão no rosto.
— Tu tem sorte de não ter metido uma bala na sua testa. — apontei. — Quero tu longe da Dayane, tá me ouvindo? Longe.
Boca levanta.
— Já falei que não vou abandonar meu filho, caralho. Tô ligado que errei, tô correndo atrás dos meus erros.
Deixo ele falando sozinho, antes de ir pro hospital, passo em uma loja de pelúcia.
Entro no hospital e Dayane tá sentada na recepção segurando duas malas. Eu que vou levar ela no aeroporto, mesmo não concordando com essa parada não.
Ela tinha que ficar comigo, pô.
— Tu vai continuar com isso mesmo? — Perguntei, sem olhar pra ela.
— Eu preciso disso, Vinícius.
Concordo, pegando meu pacote e entro no quarto numa felicidade da porra. Vejo Sol, olhando pro nada.
— Achou que tinha se livrado de mim? — ela perguntou, com a voz rouca.
Tá cheia de olheiras e pálida, e mesmo assim continua gata.
— E tu é doida de me deixar? — sento na cama e ela segura minha mão.
Olho para ela, depois pra nossas mãos.
— Como você tá com tudo que tá acontecendo com a Ane?
Suspiro.
— Tu sabe que a Ane é minha parceira, né? — Sol concorda. — Ela não tá tendo consideração nenhuma indo pra casa do caralho, pô. Tá achando que vai resolver as paradas tudo assim.
Sol alisa minha mão.
— Cê tem que dá o tempo dela. Como você se sentiria sabendo que a pessoa que mais amava mentiu pra você?
Fico calado.
— E agora, tem o bebê.
— Eu tô ligado.
— O que houve com sua mão? — pergunta, alisando a parte ferida.
Sorrio, feliz.
— Dei um socão na cara do Boca.
Sol ri e nega.
— Você é louco, mas ele bem que mereceu.
Dou risada, olhando ela sorri.
Pego o pacote e entrego a ela.
— Não tô acreditando. — ela gargalha, desembrulhando o urso em formato de sol que comprei. — eu amei! Obrigada.
Que sorriso lindo.
— Quero que tu me prometa uma parada. — Ela concorda. — Se algo acontecer comigo, tu toma conta do Hugo pra mim?
O sorriso dela some, mas volta.
— Não vai acontecer nada contigo, não fale isso.
— Mas se acontecer.
— Eu juro que ele será um filho pra mim.
Me inclino pra frente e dou um beijo nela.
•••Me despedi uma pá de vezes, mas na última, minha voz falhou e tudo que fiz foi abraçar ela na frente do aeroporto.
Eu não podia entrar, seria como pedir pra ser preso.
— Coé, me promete que vai ficar bem.
— Prometo. E você, quero que seja feliz, tá? De uma chance de viver.
Sorrio de lado, já sabendo do que ela tá falando.
— A gente vai se ver em breve, caralho. Trás meu sobrinho, vu.
Depois disso, vejo ela se afastando de mim em direção ao aeroporto.
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romansa|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...