† CAPÍTULO 24

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COMBO 3/4

Gabriel Andrade| Vulgo Gringo

Tô cansadão, sem ideia mesmo. Com o sono do caralho que tô, durmo em dois tempo.

Se eu pudesse já tinha metido o pé, mas tenho que ficar de olho no faturamento e nos movimentos suspeito. Os alemão já gosta de ocasiões como está, quando todos estão distraídos para invadir. É sempre assim.

Só sobra pra mim essas paradas, enquanto os outros é só sombra e água fresca.

Coloco um pouco de pó na mão, só pra dar um relaxada, quando acabo, acendo um cigarro e dou uma tragada.

Devia nem tá fumando, tô ligado.... Desde essa semana que parei de de fumar não tenho mais crises. Mas tem horas que não consigo parar.

Só isso me faz esquecer dos meus problemas. Pelo menos por um tempo, sacas?

Uma morena de trança vem na minha direção, segurando um copo com ousadia, acho.

- Oi lindo, tudo bem?

- Qualé, tô tranquilo e tu? - pergunto só por perguntar, porque na real tô nem aí.

- Melhor agora falando com você.

Bonitinha até, custa nada trocar umas ideia.
Tava de boas conversando com umas meninas, mas aí noto alguém me encarando lá em baixo.

Meu sorriso some.

Se liga pó, Sol só faz as paradas pra dar raiva, chamei ela pra vim pro baile e ela ficou de cú doce, disse que não queria e meio mundo de porra lá, agora tá rendendo papo pra vagabundo.

O foda é que não consigo fingir quando tô bolado, fico no ódio mesmo e pronto.

Desço a escada do camarote.

- Chega aí. - Falei, já segurando ela pelo braço.

- Que foi, cara?

Vinícius levanta, só pra pagar de machão, mas quero ver se ele é louco pra vim cantar de galo pra mim.

- Dá pra me soltar? - pede.

- Jaé, lá fora.

Vinícius me encara, mas nem dou tempo pra merda de nada.

Sigo Sol pra fora do baile.

- Colê a tua de render papo pra vagabundo?

- Eu só tava conversando. - Diz, bolada. - Para de ser idiota.

Ela cruza os braços.

- Desde quando sou obrigada a só querer ficar contigo?

- Desde quando tu tá comigo, não com ele.

Me afasto dela.

- Contigo? Pó tu tem que parar de ver coisa onde não tem.

- Quero saber não pó, para de dar intimidade pra esses caras aí.

Coloco a cabeça no portão da quadra.
Falta de ar bateu legal.

- Tô sabendo que tu é enteada do Ivan.

- Hum.

Olho pra trás e ela continua de braços cruzados.

- E tu não me falou nada?

- Pra que merda eu ia te falar?

Dou soco no portão enferrujado, um ruído se espalha pela quadra.

- Me diz uma coisa, você usou droga, né?

- Tu tem o que a ver com isso? - Pergunto, bolado. - Nada. Se usei né da tua conta não.

- Então tome no cú. - diz, serinha. - Tem que se fuder mesmo...

Puxo a cintura dela com força e ela me empurra, como se fosse adiantar.

- Se liga, num fica achando quer vai me fazer de otário não, porque tu não vai tá ligado? Pega visão. - Aponto o dedo.

- Pare de gritar comigo, porra. Vai gritar com suas negas lá.

- Tô fazendo isso já.

Sol me encara, puta, se afastando de mim.

- Tô dando o papo pó, fica pagando de desentendida.

Olho pra ela, sério. Feiticeira. Falsa. Filha da mãe linda do caralho.
Junto nossos lábios.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora