† CAPÍTULO 36

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🆕NOVA PERSONAGEM:

Cristina Nascimento | Vulgo Tina


Sabe quando as coisas estão dando certo demais, e você começa a desconfiar? Não sei se tô ficando neurótica, mas tô sentindo isso já faz uma cota e isso tá me assustando pra caralho.

Essa sensação que tem alguém olhando tudo o que a gente faz, cada passo, cada movimento... Eu que não acreditava nessas coisas, tô começando a ficar como a Sol.

Falando na Sol, hoje é a inauguração da loja dela, mas diferente do que pensei, ela não tá com a cara de alguém que está prestes a realizar um sonho, sabe?

Sei que ela tá melhor do que quando vivia sobre o teto do mostro do Ivan, isso é visível, mas pó, mesmo que me doa adimitir, ainda está longe dela conseguir a liberdade.

A paz está próxima, mas longe ao mesmo tempo.

Boca e Rato entram na casa, cochichando algo baixinho.

- O que foi? - pergunto, semicerrando os olhos.

- Qualé vida dos outros! - Rato manda beijo.

Aponto o dedo pra ele, fazendo o mesmo ri.

- Bom dia, meliantes. - Sol sorri, descendo as escadas e vendo Boca comendo pão e Rato e eu sentados na cozinha.

- Fala sua feia. - Boca mostra a língua.

- Eu hein, feio é você. Num sei como Dayane te aguenta.

Rato ri.

- É hoje a cachorrada. - fala, indo até Sol e suspendendo ela. - Nós vai fazer um brega pra comemorar.

Sol bate nele, mas ele finge não vê.

- Que porra de cachorrada o que, eu sou decente, diferente de vocês.- ela ri.

- Humrum. - Boca ri.

- Mas semana que vem é meu aniversário, logo avisando nessa porra. - Rato fala.

- Porra, meu pacero vai atingir a casa dos trinta já, puta que pariu.

Rato empurra boca, que tá rindo pra caralho.

- Seu cú. Vinte e quatro.

Rato beija Sol na bochecha.
As vezes eu acho que eles dois formam um casal bonito pra caralho, mas aí percebo que o que rola é uma amizade verdadeira, o tipo de amizade que não é fácil de encontrar. Bem diferente do que rola com o Gringo.

É difícil saber o que rola entre eles.

- Grande dia pra nossa princesa, nessa porra. - Abraço ela e só pela tensão do seu ombro sei que tem algo errado.

Tem alguma coisa estranha.

- Fiona.

- Vai se foder, Rato.

Olho pra minha amiga e tento sorrir.

•••

Victor Lima | Vulgo Rato


Já escutou aquela frase: Não é porque sou seu amigo que não posso te pegar? Esse é meu lema com a Tina, mas eu quero ser muito mais que o amigo dela.

Dei um migué pra fazer ela desgrudar da Sol por dois minutos e levei ela pro canto mais afastado da casa.

É foda casa cheia, casal pra tudo que lado. De um lado Dayane se pegando com Boca, do outro Rafael fletando com os caras. Carência, pó.
Nós é o crime, mas também tem coração.

Dei nem tempo dela falar nada, fui logo segurando a mão dela e juntando nossas bocas, mas ela se afasta de mim.

- Não, Victor, eu não posso não. - Tina fala, tirando minha mão da cintura dela.

- Coé, véi. Por que não?

Ela me empurra de leve, mas continuo perto.

- Porque não, pó. Eu... tento namorado. - Fala, nervosa.

Faço cara de deboche.

- Eu não sou ciumento não, relaxa, vida.

Cristina faz cara feia, mas tô ligado que ela tá com vontade de rir.

Porra, tô xonando na mina.

- Já tô ciente do vacilão irmão da Sol já, pó, mas idaí?

- Como idaí, caralho?

- Cês terminaram, sacas? Vida que segue.

Cristina nega, seria e bem na hora que ia falar Gringo entra berrando.

- Cadê a Sol, Rato? - Gabriel pergunta, preocupadão.

Já faz três dias que não vejo esse cara, nem uma noticia, caralho. Não sei se fico feliz ou preocupado de ver ele, ainda mais quando ele tá drogado.

Percebo que a casa tá vazia.

- Ela já foi.- falo, reparando nos olhos vermelhos dele. - Sumiu porque?

Gabriel fica mais nervoso.

- Tava garradão com umas ideias aí, falô... Cadê a Sol??

- Ela já foi pra loja. - Repito e ele passa a mão no rosto.

- Como assim ela já foi, caralho?

Eu não estava entendendo o porquê, mas já sei que alguma coisa ruim vai acontecer, pó.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora