† CAPÍTULO 07

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Sol Santiago


Já perdi a conta de quantas pessoas já passaram de biquíni e com caixa térmica hoje, parece que o morro todo vai pra praia.

Também com um sol desse.

Tô sentada no balcão da cozinha comendo um sonho de doce de leite - amo sonho de doce de leite! - quando vejo uma ruiva descendo as escadas.

- Bom dia, o Gabe já acordou? - ela sorri, sem graça.

Pelo menos não é mal educada, né?

- Ah, oi. - sorri. - Ele deve ter saído.

A mulher calça sua botas de veludo, cafona o suficiente pra conseguir ser vista até em outra galáxia, sem brincadeira nenhuma.

- Tudo bem... Diga a ele que a gente se vê... - Pede - Tá bom, valeu.

- Ué, que estranha. - espero a mulher sair pra dizer.

Gabe surge na cozinha do nada, pó, todo amassado e de chinelão, seus olhos tão ainda mais vermelhos que o comum.

- Cheiro bom.

- Uma ruiva de peitão acabou de sair daqui.

- Tava me escondendo dela. - Bocejou.

Faço cara de nojo.

- Que horror.

Victor aparece na sala de tolha, exibindo seu abdómen definido.
Né por nada não, mas meu amigo é um pedaço de mau caminho.

- Caralho, esse chuveiro é fino, viu! O de lá de casa parece uma cachoeira. - ele fala.

- Falar em casa, tu não tem mais não, filhão? - Gabe pergunta.

- Sei que tu me ama.- responde e entra no banheiro. - Vou vestir meu short, viu, sou muito gostoso e você pode não resistir a meu charme, Sol.

Dou risada.

- Salve família. - Bruno empurra a porta.

- Qualé, meu parceiro.

Fico conversando com os dois só por uns minutos, depois vou com Gabe ver o ponto onde vai ser minha lojinha.

Tô tão feliz, que parece que meu rosto vai rasgar de tanto que eu sorri hoje, véi.

- É perfeito! - falo, já imaginando onde tudo vai ficar.

Nem acredito!

- Que bom que tu gostou, vou ver com o Gringo e o Rato pra te ajudar, beleza?

Talvez ele não seja tão ruim quanto eu imaginei, talvez seja bom.

Levanto minha mão e ele fraze a testa.

- Não pense que tá me dando nada. - digo, ele revira os olhos. - Somos sócios, e assim que a loja tiver dando lucro vou te pagar.

Gabe suspira.

- De onde tu herdou tanta teimosia, porra? - pergunta e fica aéreo. - De boas.

Apertou minha mão.

- É tão lindo! - Grito, girando na loja.

- Eu sei, nem precisa falar. - Ouço a voz atrás de mim e me viro, assustada.

Gabriel olha pra Gabe e depois pra mim.

- Tenho que ir resolver uma paradas no morro. - Gabe diz e olha pra mim. - Em dez chega os caras que vão pintar. Pega a visão nas paradas.

Balanço a cabeça, vendo ele ir embora.

- Se liga, desde quando tu tem amizade com Escorpião? - Pergunta, tipo do nada!

- Pouco tempo, ele tá me ajudando.

- Hum.

Tombo a cabeça pro lado.

- Ciúme, Gringo? - ele ri.

- Se fosse pra ter ciúme, teria de alguém mais bonita, não de tu.

- Não viu isso quando tava me beijando ontem...

Ele dá de ombros e arrasta a sacola pra mais perto.

Tô super concertada conferindo as roupas, mas assim que me viro pra pegar a maquina de preço, dou de cara com ele.

Tipo de cara!

- Sem ideia, só tô falando isso pra tu ficar ligada.

- Ficar ligada no Gabe?

Ele concorda.

- Isso basicamente se chama ciúme.

- Mané ciúme, caralho.

Mordo meu lábio só pra esconder o sorriso e ele chega mais perto, juntando nossos lábios.

- Se entrar alguém... - falo, sentindo sua mãos nas minhas costas.

- Nós mete bala.

Dou risada.
O celular dele começa a tocar, me fazendo soltar um suspiro.
Maldito celular, ódio!

- Fala. - Gabriel se afasta pra atender.

Quero saber com quem ele tá falando, namoral, porquê mesmo eu que diga que não me importo, morreria só pra saber quem é, papo reto.

Ser emocionada é o auge!

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora