† CAPÍTULO 10

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Victor Lima - Vulgo Rato

— Caralho, tu deformou a cara dela. — Bruno ri.

    Além de sem cabelo Lumena tá sem ter onde enfiar a cara depois que Escorpião deu o papo pra ela.

    Pego as chaves, ligo a moto e vou em direção ao portão do morro. Meu turno começa em dez.

   Quem pensa que aqui os bagulho é flores, né não, filhão.

Mas o bom é que o movimento de pessoas tá bem fraco esses dias.
  
   MP, o informante infiltrado no Vale caminha na minha direção.

— Coé, Boca, Rato.

Faço toque com ele.

— Colê. — Bruno faz toque com ele.

— Cadê o Gringo?

  Ajeito meu fuzil nas costas.

— Na boca. Escorpião tá em missão.

  MP desanima.

— Aí fode.

— Chega lá e troca ideia com Gringo. — Bruno levanta assim que vê a BMW se aproximar.

Homem apaixonado é foda!

    Levanto a mão e o carro para, Dayane abaixa mais o vidro e sorri de lado. Olha de MR pra mim, mas ignora meu parceiro, pó.

— Boa tarde, seus lindos.

— Boa tarde, nega. Tudo na paz?

— Só sombra e água fresca e vocês?

— Melhor agora. — MR responde e Dayane ri.

    Eles continuam conversando na mó intimidade.
    Bruno tá com tanta raiva que de branco fica vermelho, maluco.

  Antes de Dayane arrastar o carro Bruno abre a porta e entra no banco do carona, ela nem discute. 

   Bruno e Dayane eram um casalzão da porra, mas ele deu mancada quando ficou com uma guria aí. Depois disso cada um foi pro seu lado.

  Mas se liga, tenho fé que um dia eles voltam.

...

Dayane Alves | Vulgo Ane


  Estaciono o carro, desligo o motor e olho pra ele.

  Hipócrita do caralho! Mas o pior que mesmo depois de tudo ele ainda mexe comigo.

— Porque tu tá fazendo isso?

   Não quero olhar pra ele, sei que se eu olhar... Não posso voltar a atrás, ele não merece.

  Bruno segura minha mão, mas eu puxo de volta.

    Quando eu precisei dele, ele foi embora, pó, ele sabia que eu precisava dele e foi um filho da puta comigo.

  Me entreguei na parada e ele me fez de otária. 

— Dayane.

— Eu já tô cansada disso, véi. Se tu não quer, só vai embora e pronto.

— Eu te amo pra caralho, tu sabe disso.

  Dou risada.

— Me amar. Do que adianta me amar, se na primeira oportunidade tu vira as costas pra ficar com outra?

  Ele suspira alto.

— Eu já disse que tava bêbado.

— Mas não tava louco. 

— Quer que eu ajoelhe? Eu ajoelho.

  Não posso ser tão trouxa a ponto de perdoar as mancadas que ele deu. 

— Só mais uma chance.

Nego e ele me puxa pra mais perto.

— Se eu vacilar tu pode me mandar pra puta que pariu.

   Dou risada, só ele pra me fazer rir sem estar sem um pingo de humor. É assim que sei que ainda amo esse desgraçado.

   Porra, Dayane!

   Bruno puxa alguma coisa do bolso, fico sem ser reação, papo reto.
  É uma caixinha, pó, uma caixinha de veludo vermelha.

— Eu tava esperando o dia que tu tivesse menos puta. — ele abre a caixa e revela um anel com uma pedrinha azul.

— Bruno, seu filho da puta! — Grito, batendo nele.

  Meu Deus!

— Quer namorar comigo?

Coloco a mão na perna dele.

— Tem certeza do que tá fazendo?

— Lógico Dayane. — puxou minha mão.— Colê, vai me deixar no sim é?

— Claro que eu aceitoooooo.
    
   Ele coloca a aliança no meu dedo e me beija.
   Já tinha me esquecido de como eu amo ele.

    Entro em casa e dou de cara com Vinícius, ele fica me encarando com cara de cú.
   Se já é feio normal, tá tipo uma disgraça ambulante.

— Oi cara de cú.

Cruzo os braços

— O bonito é você, né?

— Tava com quem?  — pergunta, desconfiado e eu dou risada, mostrando a aliança.  — Que porra é essa? 

  Vinícius larga o cigarro e olha pra aliança assustado, só que eu tô empolgada demais pra me importar.

— Bruno me pediu em namoro.

— Se liga, tu vai quebrar a cara.

— Porra, podia pelo menos fingir tá feliz.

— Tu tá doida? — ele nega, subindo as escadas.  — Mas parabéns, né? Você que tem que pegar a visão.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora