† CAPÍTULO 14

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Djonga, Leal
"As vezes a paixão sufoca.."


Dayane Alves | Vulgo Ane

Tô ligada que vacilei legal, mas prefiro morrer do que assumir! Sou dessas mesmo.

Até sei que agi como criança ontem, todo mundo sabe, cara. Mas pó, é errado sentir ciúmes?

Eu não acho não.

Subo o morro em direção a boca e algumas pessoas me encaram, com certeza me criticando pelo meu passado.
Sei que esses merda não vão deixar de me olhar desse jeito e poxa, isso me irrita pra caralho.

Todos sempre tem algo pra falar, e muitas vezes nem existe nada, puro caô.

Passo pelos dois seguranças, que também ficam de gracinha e entro na casinha.

Bruno tá conversando com dois vapores, contando dinheiro.

- Quero falar contigo.

- Agora não dá, Dayane. - ele volta a contar o dinheiro.

Depois de subir essa ladeira infernal sou tratada dessa maneira.
Fico calada porque sei que dessa vez quem tá errada sou eu, nem posso falar nada.

- Namoral, Bruno.

Ele suspira e anda para o lado de fora, saio logo atrás dele.
Tão lindo, pó.

- Eu sei que surtei ontem... - Falo, quase rindo.

Ele cruza os braços.

- Sem motivo nenhum nessa porra.

- É. - Concordo. - Mas pó, eu vim até aqui te pedir desculpa.

Sorrio, mas ele ainda tá sério pra caralho.

- Sei que fui infantil e isso aí, mas eu sou assim.

- Pó, Dayane, pisei na bola uma vez contigo. - estreito os olhos.

Até parece que foi só uma vez.

- Parece que só por isso, tu desconfia de mim a porra do tempo todo.

Ele olha pra dentro da casa.

- Tenho medo de te perder.

Ele caminha em minha direção.

- Será que tu não entende? Eu amo você, caralho. Só tu e eu.

Tô quase chorando aqui, pó.

- Se fosse pra mim querer qualquer uma, não tinha pedido tu em namoro. E isso desde antes.

Desde quando eu era prostituta.

- Mas eu gosto de você, sacas?

Bruno beija minha testa.

- Gostei de tu antes de tu ser o que é, e gosto agora mais ainda.

Ele sorri e entra na casa.

Tava descendo o morro na mó paz, até que vejo a menina de ontem de noite, acho que é Sol o nome.

- Não tenho medo de você, tá ouvindo? - ela grita com alguém no telefone.

Quem quer que seja ela deve odiar.
Assim que notou minha presença, Sol desliga o celular.

- Eai - Sorrio sem jeito. - Dayane, tu lembra de mim?

Ela assente.

- Namorada do Bruno.

Gabriel sempre fica com gente bonita, mas parece que com essa é diferente.

- Só queria pedir desculpa por ontem. - Digo. - Foi mal.

- Ah, tá suave. Sei como é.

Jaé? Alguém entende.

- Amigas?

Já viu jeito mais estranho de fazer amizade? Faço toque com a mina e quando ela vira para ir embora consigo ver uma cota de cicatrizes nas suas costas.

Nem falo nada, não conheço e nem tenho intimidade com a menina, mas fico grilada pensando em como ela ganhou tanta cicatriz.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora