† CAPÍTULO 03

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Victor lima | Vulgo Rato

— Tu devia fazer uma franja pra esconder essa tua testa grandona aí, mo fi.

Sol levanta o dedo.

— Sai. Olha o tamanho da sua, parece o iceberg onde o Titanic bateu antes de afundar.

Jogo o controle nela, o cara é tão foda que bate certinho na testa.

Anos atirando.

— Porra, Victor... — ela fala com voz de choro.

Faço bico e vou até ela com os braços abertos.

— Que foi chuchu? — Ela ri. — Quer um beijinho?

— Vou enfiar esse controle...

Vou todo carinhoso abraçar ela e a miserável me morde.

— Filha da puta.

— Eu sei.

   Fico a porra da manhã toda trancafiado na boca, fazendo conta do rendimento do mês junto com Gabriel e Bruno.
Só prestam pra encher o saco, namoral.

Já passou das duas da tarde e só agora vou comer. Escravidão é aqui mesmo.

— Oi, meninos. —  Magali, a dona do restaurante sorri — Quanto tempo.

— Fala tia, como tu tá?

Mensagem - Dayane do Boca

14:39
Você: Se liga, Ane
Sabe com quem eu tô???

14:39
Dayane: Com aquele teu amigo gato da rua de baixo?
😱😱😫

14:40
Você: Seu amozin, véi 😏
Boquinha

14:40
Dayane: Vá se lascar fdp

14:40
Você: 😂😂😂
Quer apostar quanto que cês vão voltar, caralho?

14:41
Dayane: Ih, Victor me deixe
Tô trabalhando porra

14: 43
Você: 😏
Apostei duzentos conto com Gringo

14: 43
Dayane: Caguei
Diz que odeio ele 👍
Também odeio todos vocês


Dou risada e os caras me olham sem entender porra nenhuma.

— Tava trocando umas ideias com sua nega, Boca.

— Coé, falando o que com ela? — Bruno tira a atenção do prato pra me encarar.

— Amas como tá ciumento ele, ih alá. — Gabriel gasta.

— Falou o que baba na Sol desde o dia que ela chegou, vai negar?

— Eu? Sei do que tu tá falando não, rapa. — Se faz. —  Tu que tá aí com seu chifre batendo nos pés.

Olho pra trás e quase me engasgo.

— Falando em nega, o quem dá as caras.

Todo mundo olha pra trás e desvia o olhar rapidão.
Te falar, a mina é chatona.

— Piranha quer pagar de fiel agora.

— Agora aguenta. — Dou risada, virando a coca de vez. — Ora um pai nosso aí, filhão.

Lumena sorri e vem andando.

— Se liga, vou mijar.

Vou meter é o pé!

— Também vou.

Olho pra Bruno e sorrio com malícia.

— Não sabia que tu curtia essas paradas não, meu parceiro. — Gasto e ele me olha feio.

— Se foder, já foi hoje?

— Não, mas a gente resolve isso em dois.

— Ô a Viadagem, desgraça.


...

Gabriel Andrade | Vulgo Gringo


Entro em casa e me jogo no sofá, nem percebo que da cozinha Sol me encara com uma cara de psicopata da porra.
Já falei que o olho dela é bonito pra caralho?

— Coé, tira uma foto que dura mais — Digo, com o olho ainda fechado.

— Tá bom.

Abro os olhos com a claridade do flash.
Folgada, mano.

Ela levanta os braços e sai dizendo:

— Você disse que eu podia, querido.

Mas é muito atrevida mesmo, e olha que a gente se conhece não  tem nem uma semana!

— Se liga onde tu vai colocar essa foto aí, bandido não mostra a cara não.

Ela volta a fazer o que tava fazendo no fogão, fico observando com atenção seus movimentos, noto coisas que antes não tinha visto.

Tem uma pá de cicatrizes nas costas dela, recente até, tô curioso, mas não vou perguntar nada.
Né da minha conta mesmo.

— Que é?

— Tu que tá olhando pra mim, imbecil.

— Alá, Posso olhar mais pra você não, é?

Ela sorri, maliciosamente.

— Até pode... Cinquenta reais a cada cinco minutos. — Fala rindo, me fazendo rir também. — Claro, olhar pra princesa é caro.

— Sai, Fiona.

— Olha tu para.

Dou risada da cara de bunda que ela faz.

— Ninguém me respeita mais nessa vida.

— E algum dia já respeitou?

— Perguntei nada não, traste.

Levanto o dedo.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora