† CAPÍTULO 55

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E se ninguém vai ser do bem
Bom, tentemos ser menos mal
— Favela vive


Gabriel Andrade | Vulgo Gringo


— O que tu manda?

— Sem rodeios nessa porra. — ele fala  — Eu quero mais vapor na barreira e na contenção quero alguns dos melhores.

Escorpião enche o copo com whisky.

— Se esses filho da puta subir, não passam do portão principal.

Sento na janela, fumando um back.

— Não vivos. — Completou Rei, o dono do alemão.

— Papo reto, num acho que isso vai resolver não. — solto a fumaça, fazendo eles olharem pra mim. — Se eles não conseguirem passar, vão subir por outras entrada. Coé, quem conhece bem o morro, sabe que tem várias, pô.

Eles me encaram, sem entender porra nenhuma. De todos aqui, tirando Rato, Boca e eu, ninguém conhece esse morro.

Rato ainda não chegou.

— Deixa de caô, Gringo, num tem como eles saber.

Dou risada, apagando o cigarro.

— Pelo visto tu tá mal informado, Rei, um dos nossos, tava de crocodilagem. — Escorpião me encara.

Rei olha em volta e sorri.

—  Pelo que tô vendo aqui, já até sei quem é.  Leite.

— Foi esse filho da puta mesmo. — Escorpião fala.  — O desgraçado quase matou minha filha.

— Sempre disse pra tu, que aquele moleque era esparro… Mas aí, a gatinha era mesmo tua filha.

Me levanto, vendo o sorriso no rosto dele.

— Pode tirar essa sorrindo, ela tá na coleira, parceiro. Inclusive, é muito nova pra um velho que nem tu.

Rei rir, jogando a cabeça pra trás.

— Vai se foder, Gringo. Tá afim dela?

Escorpião ri, me encarando. Rato entra na sala, consertando as roupas.

— A fim? Esse aí, tá xonado.

Dou risada, negando.

— E tu tava onde, dando apoio pra irmã do morto? — ele me olha feio e eu rio, desviando o olhar.

— Mas o que tu propõe, Gringo?

— Um informante.

Rei concorda.

— O último rodou legal.

Escorpião concordou, mas pareceu ficar pensativo.

— É só colocar alguém que ninguém desconfie.

Ele sorri.

— Tranquilidade. Eu já tenho a pessoa certa pra isso aí.

Só por aí, já sei que ele vai foder a vida de alguém.

Boca e Rato me olham.

•••

Gabe Freitas | Vulgo Escorpião

  O moleque tem a cara do playboy pura, impossível desconfiar.

Veio atrás de mim querendo um trabalho qualquer, só pra se afastar o máximo da família e  achei que ele não daria nem pra a avião.

Me enganei legal.

— Colê tu descolou o trabalho? — Perguntou, quando a gente tava chegando no morro.

Sorrio.

— Tu vai ser meus olhos.

Ele sorri, dando de ombros.

— informante. — ele fala e ri. — Vou rodar legal.

— Só fazer o que tô falando — olho pra ele. — Mas eu quero deixar claro uma parada pra tu.

Ele me olha.

— Crocodilagem não se cria comigo.

Empurro a porta da salinha, vendo Rei conversando com Gringo, Rato e Boca.

— Como disse, nosso  informante.

Dou espaço pra ele passar.

— Satisfação, Orelha. — ele diz, sorrindo. — Boca.

— Que porra tu tá fazendo aqui, Pablo?

Boca e Orelha se encaram, saco na hora quem é a irmã dele.

Tudo em família, melhor ainda.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora