Deixe-me-ir, 1 Kilo
"Sou todo errado, mas tô certo que você me quer..."Sol Santiago
- Ane piranha, cheguei! - ele grita, colocando a chave no balcão.
- Sua mãe que é piranha, Vinícius.
- Era mesmo.
A namorada de Bruno sai da cozinha do nada e abre um sorriso grandão quando me ver.
- Sol?
- Colfoi, tu já conhece ela?
Vinícius abre a geladeira e pega duas latas de cerveja.
- Ela é a mulher que vi com Bruno.- Dayane sorri, sem graça.
Vinícius gargalha.
- Se liga, ela chegou aqui surtando, dizendo que Boca tava com uma morena da bunda grande.
- Porra, Dayane. - dou risada.
- Ih, gente, eu tenho que ir. - ela beija minha testa e faz toque com Vinícius. - Não se peguem no meu sofá! É novo.
Ligo o celular e não deu nem dois pra chegar uma pá de mensagem do Gringo.
MENSAGEM - 075-86××××
075-86××× : Cê tá onde? (Áudio)
075-86××× : Tu pega a visão e responde logo porra.Faço cara de nojo. Falso, nojento, cínico, ridículo do caralho.
Ignoro completamente o celular, dando um gole na minha latinha.Ninguém nunca mandou em mim, não vai ser que vai começar, pó.
- Eu quero ter um filho algum dia. - digo depois que ele diz que tem um filho.
- Tu quer ter cria?
- Daqui a uns cem anos, mas quero. - sorrio e ele nega. - Mas qual o nome do teu filho?
- Sei não, quando a mãe dele falou que tava grávida eu fui um filha da puta e não quis.
A mesma coisa que fizeram comigo, pó, mas diferente dessa criança, eu não tive nem mãe, muito menos pai. Cresci com a mulher que se dizia ser minha mãe e o desgraçado do Ivan, e sempre apanhava dele, mas ela não tava nem aí pra porra nenhuma! Aí um dia ela virou as costas pra mim e pra meu irmão, como se a gente fosse dois cachorros e meteu o pé.
Só foi embora! Como se a gente fosse qualquer coisa. Fosse um lixo...
Por causa dela eu quase morri espancada pelo desgraçado do Ivan. E por causa dela eu não posso ver meu irmão mais, e isso é o que mais me dói, namoral.
Agora tô mais sozinha que nunca e eu odeio isso.
- Você... se arrepende?- gaguejo.
- Papo reto mesmo? - concordo. - Me arrependo pra caralho, tu é louco.
- Então conserta as coisas, pó.
Vinícius fica me olhando por um tempão.
- Não sei se é tão fácil assim, tá ligado?
- Tu nem tentou ainda. - olho pra cicatriz no meu braço. - Só acho que talvez você tenha a chance de mudar as coisas, sacas? Tu pode fazer muita diferença na vida dessa criança se assumir o papel de pai.
Vinícius fica pensativo.
- Falo isso por experiência própria.
- Tu tem razão nessas fita aí, mas eu não sei... - ele levanta.
- Fé!
Ele ri e eu monto na moto.
- Se tu tiver um filho vai ser uma mãe foda.
- Melhor que a minha eu espero.
Vinícius para a moto de frente a casa de Gabe, desço e tiro o capacete.
- Valeu pela carona, Viní.
- Suave. - sorri torto. - A gente se ver?
Sorrio e balanço a cabeça.
- Pode pá.
Nos despedimos e eu entro em casa, três cabeças curiosas se viram; Dayane e Bruno tão no sofá abraçados e Victor tá deitado no chão com uma almofada na cara.
- Fala seus feios.
- Qualé coisa, de feio só tem o Rato, o resto se salva. - Bruno fala e Victor levanta o dedo.
- Aê, Gringo quer falar contigo.
Olho pra cozinha e reparo sua presença.
- Coé, boa noite.
- Só se for pra você, né?
Viro as costas, mas ele puxa meu braço com uma força do caralho.
Se liga, ainda vou dar um murrão nele.
- Qualé, vai virar as costas é?
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...