† CAPÍTULO 38

5 4 0
                                    


Tipo, Djonga parte. MC Kaio
"Única prisão que eu aceito me prender "

"Perguntaram se o que nós tinha é sério.
Os caras acha que sério é se prender ao invés de curtir, um momento sincero e eterno"
Tipo, Djonga part. MC Kaio.



Gabriel Andrade | Vulgo Gringo

Estacionei minha moto na calçada da loja com a cabeça a mil. Minha mente tá me acusando por ter sido tão descuidado. Eu devia ter ficado de olho.

Eu devia ter feito o que prometi, pô.

Não consigo controlar a cara de alívio quando vejo ela bem, com a mesma cara linda de sempre.

- Posso falar contigo, pô? - pedi depois que ela me ignorou pra arrumar sacola. - Se liga...

- Que foi?

- Tá com o ouvido no cú, caralho?

- No seu.

Sorri e ela negou, boladona.
Fico calado, mô sem graça.

- O que tá pegando?

Ela fica em silêncio, passo a mão no seu cabelo, só pra tentar acalmar sua respiração.
As paradas que nunca pensei que faria com alguém, com ela não parece estranho e isso me assusta pra caralho.

Se fosse outras eu metia o pé, mas se for por ela eu corro o risco. Por ela faço coisas que não faria por ninguém, e eu quero provar que posso ser melhor com ela.

Quero um final feliz. Na verdade, não quero que tenha fim.

- Desculpa.

- Desculpa pelo que, pô? - Olhei pra ela, sem entender.

- Eu disse que te conhecia, falei tanta coisa e na verdade, cê tá certo, sabe? A vida é tua.

Seguro o rosto dela.

- Xiii. Tu tá doida? Tu pode se meter na minha vida o quanto quiser.

Sol ri.

- Tu é muito cínico, véi. Some, grita e surta, volta e fica falando merda.

- Eu tava com saudade. - Corto o assunto, olhando pra ela.

Ela me encara, sem entender.

- Tô sendo limpo contigo. Eu senti tua falta.

- Deixa de caô, Gabriel.

- Tem caô nenhum não. Tô te falando as paradas na real e tu fica de cú de açúcar.

Ela nega, se afastando um pouco de mim, mas eu insisto em ir atrás dela, até que a gente chega do outro lado da rua.

Victor e Cristina fingem não olhar para a gente de longe, mas são tão fofoqueiros que não param de levantar a porra do pé.

- Tô sendo limpo, falando a parada do fundo do coração. O que tu quer que eu fale pra acreditar?

- Quero que tu fale porra nenhuma não, Gringo. Suas atitudes ja falam por si, pô. - ela fala, nervosa.

Pego na mão dela.

- To ligado nessas fita aí, mas eu quero mudar essa parada. Só não vou mudar do nada, tem que ter paciência, sacas?

Sol puxa a mão de volta.

- Só sei que quando tô contigo fico 10× melhor, linda. - falo, sério. - Cê me faz bem pra caralho.

- Como cê quer que eu acredite nas coisas que tu fala se tu só me demonstra o contrário? Cadê as verdades na tua atitude?

- Tô ciente, mas se tu der a chance no bagulho, te garanto que não vai se arrepender. Tu pode ter a certeza que vou te dar meu melhor, é só cê deixar.

- Tá bom. - ela fala e coloca a mão no rosto.

- Mas aí, tu aceita?

- Aceitar o que?

- Namorar comigo.

Ela nega, concentrada no movimento da loja de longe.

- Namoro é coisa séria, Gabriel, não é isso não. Esse nosso lance aqui...

- Que lance pó? Tu é minha mulher, tá ligado? Só minha pô. - Sol sorri.

- Mas aí, tu aceita?

Ela ri.

- Casar comigo, pô e ter uma ou duas crias.

Porra, tá ligado aquela risada histérica?

- Tá drogado?

- Sempre tô, cê sabe.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora