Poesia acústica 9
"Não de amor pra quem merece bala…"Três dias depois...
Dayane Alves | Vulgo Ane
As pessoas imaginam muita coisa quando vão morar juntos com outra, mas não é só flores não. Tem momentos que chega a ser desgastante.
Não digo isso por me arrepender da minha decisão, sabe? Pode pá que amo meu loirinho e isso não vai mudar.
As coisas entre eu e Bruno não podiam estar melhor do que estão, real.
Não sei explicar, a cada dia que passa, eu me apaixono mais por ele.
É claro gente tem as nossas desavenças, como qualquer outro casal, mas a gente sempre acha uma solução. Nossas discussões são por motivos quase sempre fúteis, como ciúmes, o trabalho dele, o nosso futuro.
A discussão do dia; eu não quero ir pra merda do baile e ele é cabeça dura demais pra entender isso.
— Só não tô me sentindo bem, Bruno. — falo descendo da moto, bolada.
— Faz mó cota que tu tá assim. Pra mim isso aí é caô teu.
Reviro os olhos, seguindo ele até o portão da quadra.
— Deixa de ser idiota, caralho. Acha que vou ficar mentindo com coisa séria?
Bruno dá de ombros, sem reclamar.
— Cê que sabe, Dayane, se quiser ir vai, jaé?— ele beija minha testa.— Qualquer coisa, passa a visão.
Concordo, vendo ele colocar a arma na cintura.— Você vai ficar? — pergunto.
— Fazer o que, tenho que trabalhar. — Bruno me entrega a chave. — Vou passar a visão pra algum dos muleque te levar.
— Suave, eu vou andando. — jogo a chave pra ele e dou tchau.
Ele não fala nada.
Tava descendo o morro de boa, quando vejo Vinícius, Rato, Sol e Hugo, o filho de Vinícius.— Quem é vivo sempre aparece.
Faço um toque com eles e abraço minha amiga.
— Você contou? — ela pergunta depois que o povo entra.
Nego, preocupada.
— Eu tô com medo.
Sol me empurra, na tentativa de me fazer andar. Fico de frente pra quadra.
— Fala logo, pô, cria coragem pela criança. Você não pode ficar pensando só em você, agora tem ela também. Papo reto.
Concordo, sabendo que ela tá certa.
— Cê tá certa.
— Certa de que? — Gringo pergunta, se aproximando da gente e abraçando Sol.
Sem ideia, é um casalzão os dois, boto fé que esse tem futuro.
Deixo os dois sozinhos e entro na quadra. Sou recebida com uma rajada de fumaça na cara e o paredão alto pra cacete.Victor e uns meninos já estão numa rodinha dançando, de longe ele olha pra Cristina, que está conversando com Eve.
— Rato. — chego perto dele, e os cara começam a soltar risadinhas. — Tu viu Bruno aí?
Rato olha em volta, sério.
— Acho que tá no camarote, não? — ele olha para um menino com cara de seus dezessete anos. — Amora, tu viu o Boca aí?
Amora nega.
— Colê, ele tava lá em cima.
Concordo, achando estranho já.
Abro caminho na multidão pra chegar na escadaria do camarote, começo a subir, sem deixar de prestar atenção no movimento na parte de baixo.
Forço a fechadura da porta, mas tá trancada.Escuto um barulho estranho vindo do corredor do lado, olho em volta e o que vejo me deixa com um ódio tão grande, que tudo que consigo fazer é gritar feito uma maluca.
— Puta que pariu.
Sinto as lágrimas caindo, mas fico tão desnorteada que não consigo nem falar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...