† CAPÍTULO 41

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Sol Santiago


Eu não consegui entender o que aconteceu lá em cima, mas estou tentando no máximo acalmar Dayane.

Ela tem que pensar na criança, pô.
Estresse não afeta só ela, mas também o bebê, eu ia falar isso, mas ela voltou a chorar do lado de fora da quadra, enquanto eu segurava o seu ombro.

- Cê viu aquilo, Sol? Ele tava com aquela puta. Ele me traiu...

- Calma, Day. Não...

- Não? - ela riu amarga. - Eu não quero saber mais desse filho da puta, eu não quero...

Gabriel abriu o portão e Bruno seguiu ele.

- Dayane... - ele tentou se aproximar, mas Gabriel não deixou.

Dayane começou a gritar, mas ele continua tentando falar..

- Colê, Boca, bora pra casa, depois vocês conversam.

Gringo colocou a mão nas costas dele, mas o mesmo desviou.

- Qualé, deixa eu explicar, pô.

- Eu não quero te ver nunca mais.

Ela começa a temer de um jeito que me preocupa.

- Dayane, calma, por você e pelo bebê.

Droga de boca.

- Como assim?

Ele encarou Dayane, sério.

- Tu tá grávida? - pergunta, sem entender muito bem.

- Vá se divertir com as suas putas, Boca.

Ajudo Dayane a se levantar, quando Victor para com carro na nossa frente.
Eu pedi uma carona a ele, meu amigo é foda.

- Coê, Dayane, a parada é seria. Tu vai ter um filho meu?

- O filho é meu, não seu.

- Eu quero saber...

Dayane ri, quando abro a porta do carro.

- Qualé, se tu realmente se importasse não taria se agarrando com uma vadia a dois minutos atrás.

•••


Poesia acústica 9
"Não dê amor pra quem merece bala..."

Dayane Alves | Vulgo Ane

Eu ainda não consigo acreditar no que vi. Não faz sentido pra mim, pô. Na real, pra ninguém faz sentido.

Eu tô me sentindo usada, traída da pior maneira possível. Dois anos. Dois anos perdidos com um filho da puta daquele.

Eu acreditei e no final não deu em nada essa palhaçada.

Também não quero mais. Prefiro ficar com um em um do que sofrer por mais alguém!

Mas fé que tudo passa, eu só quero da sossego pra meu filho e pra mim. Nossa recompensa um dia chega, pode ter certeza.

- Dayane, vagabunda, abre aqui! - Sol grita do lado de fora.

Limpo as lágrimas do meu rosto.

- Que é, kenga? - abro a porta e vejo Sol segurando um pacote imenso. - Que é isso?

Minha amiga ri, entrando na sala como criança e se jogando no chão.
Sol é do tipo que pode crescer o quanto for, mas continua sendo assim, doida.

Ela abre o pacote, revelando uma bacia, um balde, e uma lixeira. Um conjunto de bebê na cor verde clarinho.
O mesmo conjunto que eu tinha visto dias atrás com ela.

- Sol... - Neguei, quase voltando a chorar.

- Eu ainda não acabei. - ela fala, pegando uma caixa e me entregando.

Abro a caixa, tirando o laço e revelando uma roupinha de bebê linda.

- Verde porque é tanto pra mulher quanto pra homem.

Sol ri, me fazendo sorrir entre minhas lágrimas.
A porta se abre, revelando Vinícius e Hugo, que tá a coisinha mais linda.

- Coé, achou que a gente ia te deixar sozinha, otária? - ele pergunta, colocando um carrinho de bebê para dentro da sala.

Isso é o suficiente para me fazer chorar.

- Corna emocionada é foda.

Choro mais ainda e Sol me abraça.

- Não acredito que ele fez isso comigo, Sol... Como ele pode, pô?

- A gente tá contigo... tá?

Concordo

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora