Deixe-me ir, 1 kilo.
"Se não for agora, te espero lá fora
Então deixe-me ir…"Gabriel Andrade | Vulgo Gringo
Desci o morro atrás dela, mesmo longe consegui alcançar.
Segurei os braços dela, mas ela tá tão irritada que puxa de volta, segurando a garrafa de vodka ainda.
— O que você quer comigo? — Sol grita, ainda com os olhos cheios de lágrimas.
— Pô, deixa eu explicar o bagulho, namoral?
Ela ri, sem humor nenhum.
— Explicar o que? Tuas mentiras? Pra que, pô. Eu já sei que fui feita de otária esse tempo todo!
Ela tenta andar, mas coloco ela na parede.
— Vai fazer o que agora? Vai me bater também, Gringo?
Olho pra ela, e me sinto o pior cara da face da terra.
— Tu sabe que eu nunca ia tocar um dedo em tu.
Ela nega, chorando.
— Pode ser mais uma mentira tua, né? Porquê pelo visto é a única coisa que cê sabe fazer.
Ela me empurra, ainda com a garrafa na mão.
Nunca tinha visto ela tão alterada como agora, maluco, só por ver isso, eu devia dar o espaço dela.
Mas nunca fui assim.
Minha capacidade de pensar nos outros some quando tô usando droga.
— Tu tá assim por causa dele?
Ela ri e volta a me encarar. Seus olhos estão tão vermelho que eu me pergunto se isso tudo é só cachaça.
De imediato sei que ela andou fumando.
— Eu confiei em você… — ela colocou a mão no rosto. — Você sabia o quanto isso me machuca e mesmo assim tu escondeu, pô. Você mentiu pra mim.
— Eu não podia contar. Tu sabe disso…
Tento chegar perto dela, mas se afasta, me empurrando.
— Você é um maldito otário, egoísta. Como não podia me contar…— A rua tá deserta, mas as poucas pessoas que estão aqui, parecem não ver. — E quanto tempo você sabia? Fala, foi antes da gente começar a sair?
Seu ódio só aunenta mais com meu silêncio.
— Não sei como pode acreditar em alguém como você.
— Sol…
— Não chega perto de mim.
Não sei o que tá acontecendo comigo, mas quero que ela me escute, pela primeira vez na vida, eu quero consertar algo e não destruir.
— Por favor, Sol…
— Caralho, você me disse tantas vezes pra confiar em você, e… Não valeu de nada. Você não confiou em mim.
— Eu confio.
— Cala a boca.
Segurei o braço dela com força.
— Você é um hipócrita. É igual a ele. Você é tão errado quanto ele. — ela diz e eu nego. — Devia ter ouvido o que me disseram.
Eu perco o controle, acabo batendo no rosto dela.
Eu sabia que era ruim pra ela. Nós nunca seríamos o casal perfeito, mas eu não sou ruim como ele. Eu não sou como ele.
Um monstro.
Sol coloca a mão no rosto e se afasta, quando tento chegar perto pra tentar consertar a merda que fiz, ela atira a garrafa no chão, que se espatifa na calçada ficando em pedaços.
Alguns acabam ferindo sua mão.
— Não ouse encostar em mim nunca mais.
Sol sobe na moto do Rato, sumindo em uma rua.
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OPOSTO$ [Vol.1]
Romance|LIVRO 01| EM REVISÃO Eu queria ter um futuro, mas já não sabia sequer se ia sobreviver por mais algumas horas, minutos ou segundos. Vivíamos em uma Roleta Russa, cuja a vítima poderia ser qualquer um e a qualquer hora. Mas eu queria que minh...