† CAPÍTULO 23

8 5 0
                                    

COMBO 2/4


Bruno Silva | Vulgo Boca


A rodinha tá ficando chata já, todo mundo com seus esquemas e eu sem minha morena, porra.
Bateu a carência legal agora.

Mulher não falta não, mas a que quero pra valer não tá aqui. Pra mim as outras não são nada.

Camila tá toda saidinha, dançando pra vagabundo na minha cara. Vou dá um esculacho nela. É minha irmã, mas cola esses papo comigo não.

A piranha só tem dezesseis anos e fica pagando de Maria fuzil.

- Desencana de mulher, meu parceiro, curte a onda...

Olho pra Leite e nego. Filho da puta cara de pau esse, vem com esse papo pra mim e tá de rolo com Camila.

Não curto esse povo que paga de maluco.

- Essa aqui é a Raquel. - a mulher loira do lado dele faz toque comigo.

- Oi, gatinho.

- Eai.

Começo a conversar com a mina só porque não tenho nada pra fazer mesmo. É bonitinha, mas nem o nome dela eu lembro.
Rita? A mulher fala pra caralho, e é só merda.

Rita ou sei lá o que até tenta ir adiante na parada, mas dou uma desculpa esfarrapada e me sumo no meio do povo.

Victor me olha e levanta o copo, piscando o olho.

- Qualé, meu parcero, tá com essa cara de cú por que?

- Ih, né da tua conta não...

Minha Vida - Mensagem

02:37
Minha Vida: Onde tu tá?
Bruno?

Victor olha no visor do celular.

- Cú doce do caralho de vocês, pó.

- Te perguntei nada não, rapa. - Ele levanta o dedo.

- Então tome no cú, filho da puta. - Fala, voltando pra quadra.

Monto na moto, mas antes dar partida ouço a voz de Dayane. Finjo nem ouvir, na boa, não tô afim.

Quero evitar briga por besteira, tá ligado? Não quero estragar tudo e perder a única pessoa que realmente tenho, pó.

Odeio admitir, mas eu amo essa mulher.

Chego em casa e me jogo no sofá, fecho os olhos. Ouço um barulho na porta e abro os olhos.
Dayane levanta sua chave e da um sorriso torto.

- Nem vem com caô, Dayane. - Levanto a mão, bolado. - Não tô pra onda.

Ela se senta do meu lado.

- Poxa, eu só não queria te deixar irritado.

Me levanto.

- Sua desculpa é sempre a mesma. A gente namora e parece que é estranho.

Dayane joga o cabelo pra trás, suspirando alto.

- Nada a ver esse seu papo. Estranhos? Só porque quis ir embora da casa da minha mãe? - não respondo e ela continua - Eu não queria falar pra não te magoar.

Rio, sem humor nenhum.

- Qualé, Dayane, eu não sou criança não. - digo. - Cheiro mole...

Ela fica calada.

- Tu precisa parar com essa mania idiota de querer esconder os bagui.

- Eu sei.

- A gente tá numa relação, tá ligado? Tu tem que conversar comigo.

- Desculpa. - ela fala, com o rosto molhando de lágrima. - Sei que mandei mal.

Dayane começa a chorar de um jeito que eu não vejo a uma cota e namoral, prefira não ver nunca mais, mano.
Odeio ver ela chorar.

Sento no chão, de frente pra ela no sofá e limpo seu rosto.

- Solta a voz.

- Ela disse tanta coisa ruim...

Dayane soluça, mas fala as paradas que a mãe dela falou de mim e dela. Fico só na minha escutando, dando apoio, mas por dentro quero socar a cara daquela vagabunda tirada a mãe.

Ela não merece nem ser chamada de mãe, maluco. Mãe protege o filho e apoia ele em tudo, tando errado ou certo. Quando tu é mãe seu dever é tá com tem filho sempre, pó, nos melhores e mais ainda nos piores momentos.

Era o que minha mãe me dizia...

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora