† CAPÍTULO 48

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Autor desconhecido
"Eu acreditei que o mundo não tinha mais esperança até conhecer você…"

*Horas antes da invasão

Sol Santiago


— Qualé, pô... — Ele abriu a porta sem entender nada.

   Eu cheguei na casa de Vinícius, perdida com meus pensamentos.

  Só pensava em como tinha sido tão burra por acreditar naquele otário.

— Coé, Sol, me fala o que tá pegando.

Nego, bebendo a água, vendo ele enfaixar minhas mãos, que sangravam ainda.

— Ele mentiu pra mim, pô. — olho pra  Vini, com os olhos lacrimejando. 

— Ele quem? O gringo? — Concordo. — Filho da puta, vou trocar umas ideia com ele. O que aquele filho da puta fez contigo?

Choro ainda mais.

— Escorpião é meu pai.

Vinícius me olha, sem entender.

— Nem eu acredito. — Solto uma risada amarga. — Mas é isso aí, pô. E ele, e não sei mais quem escondeu essa merda toda de mim.

   Nego, deitando no sofá dele.

— Tu ficou malzona com essa parada, tô ligado.

Sorrio fraco.

— Esse tempo todo, cara, fui feita de otária.

— Quelé, pô, a culpa não é tua não, sacas? — ele senta do meu lado no sofá. — Tu não precisa se culpar pelas parada dos outros não, pô.

Olho pra ele.

— Tu é foda pra caralho e eu te admiro. Vou tá contigo sempre.

Vinícius se aproxima, colocando a mão entre meu cabelo e puxando minha nuca pra mais perto.

— Eu gosto de você, pacas, sei que tu sabe disso. — Vinícius fala, bem perto do meu rosto.

— Vinícius.

Ele não me deixa falar, junta nossos lábios e inicia um beijo lento e calmo, que aos poucos ganha um pouco mais de intensidade.

Deslizo minha unhas devagar pelas suas costas e ele se arrepia.

   Vinícius me puxa para cima dele, passei minhas pernas e  sento no seu colo, sem parar o beijo.

  Afasto nossas bocas e encaro ele, depois finalizo o beijo com um selinho.

— Qual foi? — ele pergunta, passando a mão no meu Black.

— Não posso fazer isso não, pô.

— Caô, por conta dele? — Concordo, me sentido uma idiota. — Tô ligado dessas fitas, mas eu não vou desistir não.

Dou risada, negando.

— Ainda vou te provar as parada que sinto, pô.

Fico com vergonha e olho ao redor.

— Cadê o Hugo?

— Dormindo.

Saio do colo dele, pegando minha bolsa.

— Vai pra onde?

•••

Vinícius Costa | Vulgo Pimenta

   Cê sabe quando tá amarrado em alguém quando começa a olhar demais nos olhos da pessoa, pô.

Eu já tô ciente do meu sentimento pela Sol a muito tempo, mesmo sabendo que ela só tem olhos pra aquele vacilão do Gringo.

— Por que a cara de furico?

Reviro os olhos, entregando o sorvete dela e pegando o meu.

— Pensando.

— Em que?

— Em você, em mim, na vida, sacas. — ela olha pra mim. — Tu mudou minha vida legal.

Ela sorri, sem graça.

— Me promete uma parada?

— Depende… — ela começa a falar, mas é interrompida.

   Vários carros entram no morro e saem atirando, quando vejo, Sol já tá caída no chão, sangrando pra caralho. Me dou conta que moiô pra nós.

A invasão não foi esperada nem pelo próprio Escorpião, disso tenho certeza.

E logo eu, que ando preparado, não sei nem como reagie, pô, vendo a mulher que gosto desacordada nos  meus bancos.

OPOSTO$  [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora