Akemi sentiu uma forte dor de cabeça lhe invadir aos poucos enquanto recobrava a consciência. Seus olhos se abriram se acostumando com a luz do sol que aquecia todo seu corpo caído no chão da grande Shibuya.
Ela estava desnorteada, se perguntando o que havia acontecido e, quando notou que ninguém estava perto dela, observou rapidamente seu redor notando ser a única pessoa ali presente. O que poderia estar acontecendo? Seria algum tiroteio e somente ela ficou? Não havia sinais de que indicasse algo assim, então logo descartou.
Puxou sua bolsa para mais perto vasculhando tudo. Suas roupas estavam ali, o caderno e o celular que não deu qualquer sinal de vida quando ela tentou o ligar. Suspirando, jogou tudo para dentro e fechou a bolsa antes de a jogar em seus ombros.
Akemi pensou em ir para casa, mas cada rua que ela passava não tinha ninguém e o pior, alguns locais pareciam estar em um estado crítico de deterioração, quase como se os humanos tivessem largado a terra por talvez um ou dois anos. Com dor de cabeça, decidiu que iria primeiro passar em alguma farmácia, talvez lá tivesse alguma pista do paradeiro de todos.
Ela caminhou pelo que pareceu uma eternidade antes de encontrar uma pequena farmácia a invadindo. Olhando para o interior do estabelecimento, até então fechado, a poeira acumulada e algumas sessões reviradas constatou que talvez estivesse em algum pesadelo daqueles. Suspirou indo de prateleira em prateleira até que encontrou um remédio a base de dipirona.
— Acho que vai ser o suficiente— Disse destacando um dos comprimidos o jogando na palma da mão. Não demorou para que estivesse o ingerindo com ajuda de uma garrafinha de água— Aonde será que foram todos?
Ela sabia que não teria ajuda tão cedo, algo em sua mente dizia isso, então aproveitou o ambiente para vasculhar mais e estocar um pouco de comida, remédios e água. Primeiro, jogou três garrafinhas de água dentro da bolsa, depois, aproveitou que estava perto da sessão onde vendia pequenos alimentos com alta taxa de energia —de barrinhas de cereal a salgadinhos e bolachas— para os ajeitar dentro da bolsa.
E antes de sair daquele lugar, pensou que seria bom ter bandagens em sua bolsa. Pegou de todos os tipos e tamanhos, até aqueles que gostava de usar durante seus treinos e prática de exercícios físicos.
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A noite chegou depressa, trazendo um gélido vento que a obrigou colocar sua blusa de frio e amaldiçoar estar usando uma saia, mesmo que comprida, com todas as forças. Ela caminhava desorientada, sem conseguir ajuda ou um lugar para carregar seu celular, o objeto tecnológico era mais do que inútil.
— Luz? Um lugar com energia?— Parecia ainda distante, mas um foco de luz em meio ao eterno breu chamava e muito sua atenção. Onde tem energia, tem humanos.
Akemi não pensou muito, apenas correu em direção do lugar e, por precaução, uma rua antes de onde vinha todo seu foco de atenção, escondeu sua bolsa pegando apenas um pequeno rolo de bandagem para levar com ela.
— Espero que eu encontre ajuda— Akemi não era religiosa, longe disso, mas pela primeira vez em anos, ela esperava que suas preces fossem ouvidas por Deus antes de se aproximar.
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Raposa | Shuntaro Chishiya
FanfictionEscolha sabiamente a quem entregara a arma que um dia vai te matar... Pouco se sabe sobre Akemi - se esse é mesmo o seu verdadeiro nome ou um artístico usado durante seu trabalho- suas manias, seus gostos ou sequer sua opinião quanto aos colegas de...