Capítulo XXXIII

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Ao entrarem na prisão, a primeira coisa que viram além dos colares com uma tela circular na parte maior, foi a placa exigindo que deixassem seus pertences naquele lugar. Era óbvio que Akemi fez uma grande careta de raiva, bufava sem parar enquanto tirava o cinto de sua arma colocando ali, mas o processo de abandonar seu canivete foi pior.


— Vamos — Chishiya a apressou recebendo olhos afiados em sua direção — Quando acabar o jogo pegamos de volta.


— Não quero deixar meu pequeno — Shuntaro suspirou indo na frente deixando a garota sozinha como ela queria. Não para se despedir da lâmina suja pelas vidas que arrancou, mas para ver aos poucos os competidores se aproximar e entrar — Boa tarde.


Ela cantarolava vendo eles darem olhares questionadores em sua direção, imaginando o motivo da mulher tão diferente e de olhos vidrados os darem boas vindas com tamanho entusiasmo. Akemi achou fofo quando um deles, vestido com um macacão azul lhe devolveu o aceno em igual — se não maior — intensidade.


— Fofo — Cantarolou baixinho antes de acompanhar os demais, faltava apenas uma pessoa pegar o colar e o colocar, Akemi logo o conheceria no andar superior de qualquer forma.


Subindo as escadas, não demorou para seus olhos irem de pessoa a pessoa até que encontrasse Chishiya em um canto distante. Foi ainda mais divertido ver que o fofo garoto estava não muito longe dele, se formasse uma dupla com o gato branco, seria traumatizado pelas visões escuras que tinha do mundo.


Akemi caminhou lentamente até um lugar perto do centro, as mãos se apoiando no que parecia uma estranha mesa de madeira que o círculo tinha antes de com um movimento, se sentar naquele lugar. Os pés balançavam tranquilamente ignorando todos enquanto implorava para que o jogo desse certo com seu plano.


Suspirando, viu o último participante entrar, ele não lhe era estranho... Akemi parecia ter visto seu rosto em algum lugar, mas não tinha certeza de onde exatamente. Um cliente? Não tinha certeza, mas ele parecia muito suspeito enquanto marcava em sua mente um alerta máximo de cuidado atiçando os instintos que dizia para o matar antes que ele o fizesse.


— Merda — Ela sussurrou mudando seu olhar para os outros, seria melhor deixar sua ansiedade escondida o quanto melhor puder. Respirando profundamente, sentiu a garganta secar enquanto engolia a saliva de maneira dolorosa — Isso está me dando muita ansiedade...


"Dificuldade: Valete de Copas" Anunciou a voz fazendo todos prestarem atenção.


"Jogo: confinamento solitário"


"Regras: Adivinhe o naipe na parte de trás do seu próprio colar. Contudo, nenhum jogador pode olhar para seu próprio naipe." Akemi viu algumas pessoas tentando rodar o colar ou se aproximar de desconhecidos para ajudar, pelo visto isso seria algo frequente ali "Cada rodada dura uma hora, nos cinco minutos finais entre numa solitária e diga o naipe do seu colar."


Luzes se acenderam revelando um caminho de portas onde anteriormente, em outro mundo, deveria estar cheia de criminosos dos diferentes tipos. Akemi observou como alguns participantes que se viraram para encarar o som de lâmpadas sendo acesas. "Se você não responder qual é o naipe corretamente o jogo acabará. Quando o tempo limite se esgotar o colar vai explodir e você morrerá, além disso, o naipe do colar vai mudar a cada rodada"

Raposa | Shuntaro ChishiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora