Capítulo XXXVIII

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Akemi observava a enorme construção de vigas em que a instalação se consistia enquanto subia aos poucos passando por suas enormes passagens cheias de canos grossos com o que parecia estar transportando algum tipo de líquido. A mulher não perdeu tempo lendo as placas para entender onde exatamente estava.


Os sons de metal ecoam sobre seus pés, passos calmos enquanto analisava os andares superiores de maneira mais pensativa imaginando que esse lugar era um pouco mais vantajoso para suas habilidades em constante evolução nas escaladas, no entanto, para alguém como Usagi era quase como sua casa. Seria um bom lugar para a encontrar novamente, ela torcia que sim.


Podia escutar sons de uma conversa, distante, anunciando a presença de outros jogadores e, ao passar por uma das pontes do lugar, uma mesa anunciava em sua placa a proibição de armas naquele jogo. Akemi suspirava frustrada, xingando os seres superiores que decidiram criar aquele mundo e os donos dos jogos que decidiram a proibir de andar com seu amado canivete.


— Malditos moradores desse inferno — Grunhil tirando seu cinto o colocando dentro da bolsa antes de o esconder perto da mesa — Cadê o celular?


Era estranho a falta do objeto, mas imaginou que talvez — e só talvez — naquele jogo outra coisa sinalizaria sua localização caso fosse fim de jogo. Apenas iria descobrir logo, então apenas deixou sua curiosidade a guiar até o lugar que aconteceria o jogo.


Akemi viu primeiro o grupo mais afastado, uma muvuca de pessoas, depois, uma mulher de cabelo curto e vestimentas que atraia sua atenção a fazendo perceber se tratar de Usagi, o que fez a dançarina se aproximar quase correndo para a abraçar.


— USAGI! — Gritou revelando sua presença para a escaladora que a encarou com os olhos espantados enquanto absorvia a presença daquela figura sempre tão diferente das demais. Usagi as vezes se pegava pensando que Akemi havia morrido naquele dia que os deixaram para trás, as vezes imaginava que Chishiya havia a usado em algum jogo para sobreviver — Eu estou tão feliz! Você está bem e... O que? Uma criança?


Akemi não havia notado o pequeno corpo masculino perto da escaladora, talvez por não ter visto uma naquele mundo até o momento, mas o susto da presença infantil a fez se tornar um pálido fantasma enquanto absorvia em sua mente todas as diversas sirenes em mente com claras bandeiras dos perigos que aquele pequeno ser teria de enfrentar.


— Eu o achei quando acabei me separando de Arisu — A mulher começou a explicar de maneira ansiosa — Acabamos de chegar, imaginei que teria alguma chance de achar alguém do nosso grupo aqui.


— A mesma coisa — Akemi disse antes de se focar no pequeno garoto, não sabia se deveria perguntar o nome dele ou puxar algum assunto para o tranquilizar, porém, sua mente foi puxada quando entrou em alerta em resposta aos passos se aproximando.


— Eai garoto. Quantos anos você tem?


— Dez — O menino respondeu fazendo a dançarina serrar os punhos. A idade era próxima o que poderia afetar ainda mais suas decisões todas as vezes que colocasse aquele pequeno em alguma referência com seu irmão... Akemi sabia que iria agir de maneira irresponsável para o salvar, era óbvio.


— É um bom menino — O homem sorriu tocando a cabeça do pequeno antes de se afastar um pouco encarando a dupla feminina — Isso aqui é um jogo de espadas, não é coisa para criança. Se ele atrapalhar a gente eu não vou ligar para a idade dele.

Raposa | Shuntaro ChishiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora