Capítulo Epílogo

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Tudo era incerto demais. Em um momento Akemi estava gravando os fogos de artifício apenas para enviar para seu amado irmão e no segundo seguinte, tudo estava completamente escuro.


Akemi sentia entre a consciência e o breu, sua mente parecia transitar enquanto os ruídos eram algo desorientado para si. Ruídos, gritos, sirenes... Doía tanto, ela parecia não sentir muito bem onde doía mais, mas parecia que seu corpo estava prestes a ser carbonizado.


— Alguém! — Um grito que beirava entre o distante e perto, tão oposto — Tragam a máscara de oxigênio!


Ela queria chorar e gritar de tanta dor, mas o frio que invadia seu corpo parecia uma corrente elétrica que paralisava seus membros em um inferno pessoal. Akemi não poderia expressar o que sentia, que ela estava consciente...


Akemi parecia querer implorar por algo, parecia que sua alma estava perdida e em sua mente uma presença era importante demais para não ter certeza se estava bem. Ela imaginou que sua preocupação era como estava seu irmão...


Seu irmão... Seu gato...


Tudo começou a se tornar mais frio enquanto ela voltava a ficar inconsciente.


♠ — ♠


Um pequeno som de bipe podia ser escutado constantemente. Ele era baixo, quase como um leve chiado em sua mente vazia, no entanto, parecia gradativamente se tornar mais presente e ameaçador para a mulher.


Com um pulo, Akemi acordou. O bipe estava disparado, as luzes praticamente cegavam seus olhos enquanto vultos negros iam e vinham em seu campo de visão.


Mais ruídos desconexos acompanhando uma dor tão grande que por pouco não a fez gritar a plenos pulmões. Seu mundo girava enquanto as luzes pareciam piscar e a obrigar cerrar os olhos.


— Faça essa merda de som parar — Akemi disse entre arquejos, sua mente em um turbilhão enquanto se contorcia na cama — As luzes! TUDO ESTÁ FORTE!


— Alguém chame o médico — Uma voz saiu mais alta que os murmúrios ao redor — Vou desligar as luzes, deve ser alguma resposta ao trauma.


Aos poucos os olhos de Akemi pararam de arder, mas seu corpo se cotorcía em uma sensação estranha. Os sons eram quase um apito em sua mente, os toques dos enfermeiros pareciam como gosma que deixava um rastro nojento em seu corpo.


Sua mente estava em um turbilhão e seus batimento pareciam prestes a sair de seu peito junto de seu coração — Dói demais — ela gemia sem parar não dando escolhas para os médicos a não ser a colocar em um sono induzido por medicamentos.


Mas todas as vezes que tentaram a trazer de volta naquele dia foi um pesadelo, uma missão que falhava quando ela parecia despertar já em um estado de ataque de pânico. Naquela noite, eles tentaram novamente, a dosagem dessa vez era controlada para que sua consciência pudesse voltar aos poucos.

Raposa | Shuntaro ChishiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora