Capítulo XV

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Durante a manhã e tarde do dia seguinte Akemi passou seu tempo ao lado de Kuina, sua proximidade com a mulher além de render momentos mais tranquilos e agradáveis, também garantia uma ótima ponte com Chishiya e estabelecendo um bom vínculo com ele, garantiria que demoraria mais tempo para ser uma peça descartada.


Ela sabia que isso um dia aconteceria, mas se fosse um peão útil para mais do que um movimento, ela iria sobreviver tempo suficiente para fugir daquela bomba prestes a explodir chamado Praia.


Então para isso ela o estudou como fazia com os seus clientes, era difícil, deveria excluir coisas como sentimentos e até mesmo o que poderia passar pela mente daquele homem que lembrava tanto seu pequeno animal de estimação na forma de agir; era impossível ler ele, mas não descobrir coisas que o agradava minimamente.


Kuina foi a responsável por garantir que ele não iria morrer por esquecer de se alimentar, mas Akemi notou suas preferências alimentares até que bem para apenas um dia de análise e então, antes de ir para seu quarto para se trancar por algumas horas, passou no refeitório pescando dois saquinhos de biscoito de uma marca específica.


A mulher de dreadlocks iria para um jogo naquela noite, o que deixou claramente a dançarina desconfortável mesmo que não quisesse admitir, no entanto, sua ausência também era uma peça que ela precisava em seu pequeno plano.


Era meia noite e nada dos jogadores voltarem, era normal suas demoras e seria aquele momento que a mulher daria seu primeiro passo. Vestindo um top preto que ganhou de Kuina e um shorts de praia com estampa floral, a mulher saiu calmamente de seu quarto com os pequenos pacotes em mão.


Foi sua primeira vez fazendo aquela rota sozinha e em alguns momentos tinha de voltar por ter entrado no corredor errado, mas logo estava em frente a porta de Chishiya e ponderou se deveria entrar no quarto da forma que a maior fez ou entregar sua posição para o rapaz.


Pensou um pouco e sua mão livre foi até a porta batendo duas vezes prestando atenção se teria alguma resposta, mas nada aconteceu, então, suspirando, olhou bem para a maçaneta vendo uma pequena marca de arranhão onde jurava ter visto Kuina parar quando girou o metal na noite anterior; ela fez o mesmo.


A porta se abriu mostrando um quarto no mesmo estado que o anterior, luzes acessas, cama arrumada e uma mesa ocupada por um gato branco que dessa vez parecia estar ocupado lendo. Akemi entrou e puxou a pequena linha colocando na maçaneta antes de sua presença de fato ter alguma importância para o homem


— O que você quer? — Ele perguntou focando seus olhos na mão que segurava os pacotes amarelos de biscoito — Veio fazer o trabalho da Kuina?


— Não, eu vim de subornar — Disse com um leve sorriso enquanto caminhava até a cama se jogando ali — MUITO melhor que a minha, vocês executivos tem uma sorte danada.


— Dá pra sair da minha cama? — Suspirou —O que você quer?


— Eu gentilmente vim pedir para meu executivo favorito que pudesse pegar algo que me foi tomado — Os olhos brilhantes, os lábios em um enorme sorriso felino e a fala claramente sarcástica era tudo o que aquele pequeno, mas forte corpo carregava no momento enquanto balançava os saquinhos de biscoito os fazendo emitir um som mostrando que havia comida. Akemi estava claramente agindo como se estivesse lidando com seu gato — Eu dou eles e você me faz esse favor.

Raposa | Shuntaro ChishiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora