Cap 3

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Tomo um banho demorado e calmo, estou me preparando para ligar para meu pai e contar as novidades, sei que ele vai puxar um pouquinho minha orelha, mas vai adorar quando eu disser que vou morar com ele, meu pai ainda é um cara bem jovem, apesar de eu já ter meus 24 anos ele, meu pai só tem 43 eu nasci quando ele tinha dezenove anos e minha mãe 17, hoje ela está com 41, eles começaram a vida de casados muito jovens ainda.

E aí nasceu eu e depois minha irmã Leila que tem 20 anos ela mora com minha mãe, minha irmã decidiu não fazer faculdade e investiu numa nova profissão, influencie digital, e não é que ela é paga mesmo, sempre achamos que isso não daria muito certo, mas erramos feio e hoje ela é bem conhecida na internet, acho muita graça com os vídeos dela, a menina tem jeito pra coisa, se fosse eu estava ferrada, pois não levo jeito nenhum pra ficar falando na frente de uma câmera eu e Leila somos o oposto uma da outra, ela é uma explosão, enquanto eu sou envergonhada e prefiro ficar na minha quietinha, ela puxou minha mãe e eu puxei meu pai, eu e meu pai somos mas quietos na nossa, aproveitei que estava pensando nele para ligar pra ele e contar tudo que está acontecendo.

Oi papai, sou eu Ana;

- Oi filha, tudo bem, como estão as coisas aí em Seattle?

- Então papai era sobre isso que queria falar com o senhor;

- Aconteceu alguma coisa Ana?

- Pai, estou grávida;

- Sério?

- Sim, e preciso sair de Seattle o mais rápido possível;

- Tem mais coisa que eu precise saber Anastásia?

- Sim, pai, mas eu não queria contar por telefone, queria que fosse pessoalmente;

- Quando você chega filha?

- Essa semana ainda pai;

- Me avise para eu te buscar no aeroporto, eu vou adorar ter você comigo por um tempo;

- Eu sei disso pai;

- Fica com Deus filha!

- Amém pai! Tchau!

- Tchau, amo você nunca se esqueça disso!

- Nunca! Também te amo!

Eu tinha absoluta certeza de que meu pai não iria me questionar, ele é assim, coração mole e respeita nossas decisões, como eu amo meu pai, e passar um tempo com ele vai ser bem legal, e lá eu posso recomeçar minha vida, por mais difícil que seja agora, lá na frente eu vou dar risada disso tudo tenho certeza, contar pra ele foi fácil, agora pra minha mãe vai ser meio complicado, ela tem um jeito explosivo de lidar com as coisas e com os problemas, e tenho certeza de que ela vai achar minha gravidez um grande problema, vai dizer que acabei com minha vida, que uma criança não é fácil de cuidar, ainda mais sem o pai pra ajudar, antes de contar pra ela sobre tudo que está acontecendo eu preciso me preparar psicologicamente, só vou ligar pra ela depois que estiver na França, lá eu sei que ela não vai, então só vou contar quando estiver lá, Kate já saiu pro plantão, agora são 24 horas sozinhas e remoendo tudo que Christian me falou em minha cabeça, do nada o interfone começou a tocar me assustando, não estou esperando ninguém, nem pedi nenhuma entrega, mas atendi, as vezes foi Kate que pediu alguma coisa e esqueceu de me avisar, mas estranho era pra mim, e eu não gostei nem um pouquinho quando ouvi o nome da pessoa que estava me procurando, Taylor, o garotinho de recado do Grey, só poderia ser, então vamos lá descobrir o que ele veio fazer a mando daquele babaca.

Taylor-

Sinceramente eu não queria me meter nessa história do sr. Grey, as vezes ele me faz passar por cada situação chata por causa dessas namoradas que ele arruma, essa daqui de ter que levar as coisas da senhorita Anastásia é mais uma dessas furadas que eu estou me enfiando por causa dele, é bem difícil tudo isso, mas preciso do emprego e ele paga muito bem por isso, mas no fundo é bem cansativo ficar servindo aos caprichos de um riquinho mimado, se o cara não queria filho porque não se preveniu? É muito fácil agora culpar a menina, o nome disso é irresponsabilidade, coisa de moleque, se o senhor Grey imaginar o que eu penso ele manda me matar com toda certeza manda me matar, do jeito que ele é, acha que todos tem que se curvar a ele, mas é um saco tudo isso, isso é.

Cheguei no prédio onde Anastásia mora e pedi para que o porteiro me anunciasse, ela demorou um pouquinho a atender, mas logo liberou minha entrada, assim que abriu a porta deu para ver em seu semblante que estava bem abatida, provavelmente chorou bastante, uma pena isso tudo, torço para que ela dê a volta por cima.

- Boa noite senhorita;

- Apenas Ana, Taylor!

- Como você está Ana, eu sinto muito por tudo isso;

- Eu sei que sente, entre por favor! Ela fala me dando passagem para que eu entre, e lá vai eu arrastando essa mala, que a senhora Jones arrumou com as coisas de Ana.

- Ana, eu vim até aqui te trazer essa mala, a pedido do Sr. Grey;

- Ele foi bem rápido Taylor!

- Eu lamento por isso Ana, mas eu só cumpro ordens;

- Eu sei disso, mas mesmo assim muito obrigado!

- Nada, agora eu tenho que ir, vim apenas te entregar essa mala;

- Não quer beber nada? Aproveito para tentar puxar conversa com ele, sempre gostei de Taylor, ele sempre foi muito cordial comigo e me tratou muito bem, não tenho nada contra ele.

- Não Ana, muito obrigado e fique bem tá, agora tenho mesmo que ir!

- Eu vou ficar Taylor, obrigado por se preocupar!

Saí do apartamento e a deixei ali abatida e triste, dava para ver pelo olhar dela pra mala o quanto ela estava decepcionada, mas eu não pude fazer nada além do que foi me mandado.

Kate –

Deixei Ana sozinha, mas eu estou bem preocupada com ela, não acredito que aquele babaca do Grey foi capaz de pedir pra ela fazer um aborto, eu não queria deixa- lá sozinha, mas eu não ia conseguir mudar meu plantão assim tão em cima da hora.

Fiquei bem triste em saber que minha amiga vai embora pra França, ela poderia ficar e encarar aquele idiota de frente, mas eu também a entendo o quanto vai ser difícil viver numa cidade que para onde se olha ver a cara do seu ex babaca, espalhado por tudo que é canto, eu queria quebrar a cara dele, mas claro que a boazinha da minha amiga jamais deixaria eu falar alguma coisa ou se quer encostar um dedo nele.

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