Cap 40

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Bônus Christian -

Por volta de meus 17 anos conheci uma moça linda, ela se chamava Suzane e tinha 15 anos, foi amor a primeira vista, nós ficamos completamente e perdidamente apaixonados um pelo outro, foi muito impactante tudo aquilo em minha vida.

Eu vivi alguns meses ao lado de Suzane, mas foram os melhores meses de minha vida, vivíamos grudados para cima e para baixo, a família dela não gostava de todo aquele grude entre nós dois, achava que aquilo logo ia passar que era apenas um namorico passageiro entre dois adolescentes.

Mais nós tínhamos planos, nós fizemos vários planos e eu estava disposto a tudo para ficar com Suzane e ela comigo, minha família nos apoiavam integralmente, apesar de nos acharem muito novos para um relacionamento sério.

Eu nem muito menos Suzane queríamos saber de idade, se éramos muito novos ou não, queríamos apenas viver tudo aquilo que o amor estava nos proporcionando.

Quando tivemos nossa primeira noite de amor, foi a coisa mais intensa desse mundo, eu não queria que aquele momento nunca mais acabasse, ele poderia ter se eternizado ali mesmo.

uns dois meses depois de nossa primeira vez, Suzane começou a passar muito mal, e nem imaginávamos o que estava por vir, depois de alguns dias se sentindo muito mal a mãe dela a levou ao médico e descobrimos que Suzane estava gravida por isso ela andava se sentindo muito mal nos últimos dias.

Nós dois estávamos em êxtases, seríamos pais, e mesmo muito jovens eu estava disposto a assumir minha responsabilidade e me casaria com Suzane e assumiria ela e nosso filho, mas esse não eram os planos da família de Suzane, os planos deles eram completamente diferentes dos nossos.

Eles não queriam uma filha gravida tão nova e muito menos casada comigo, eles nunca me aceitaram de verdade, na verdade eles me suportavam, pois achavam que logo tudo isso acabaria e cada um fosse para seu lado.

Mas o destino não quis assim...

Eles a levaram para viajar, para que ela se afastasse de mim e não nos vimos mais, porque essa viajem foi a última da vida de minha Suzane, ela foi pra nunca mais voltar, foi um momento muito difícil.

Seus pais a levaram para fazer um aborto, e minha Suzane não aguentou e faleceu durante o processo de aborto, eles a levaram para o México e de lá, ela voltou dentro de um caixão.

Quando eu a vi ali, dentro daquele caixão, me senti como um nada, como se uma faca tivesse atingindo em cheio em meu peito, arrancando meu coração fora, eu queria me jogar ali dentro e ser enterrado junto dela.

Minha doce Suzane, parecia um anjo, ela estava pálida com os lábios sem sangue algum, ela estava com apenas dormindo, eu queria acreditar nisso o tempo todo, quando o caixão foi fechado eu caí de joelhos, implorando a Deus que tudo aquilo não passasse de um grande pesadelo, que quando eu acordasse, descobrisse que era tudo uma grande ilusão de minha cabeça, ali meu mundo se acabou.

Desde daquele dia me tornei uma pessoa amarga e frio, não desejava nunca mais me apaixonar por ninguém e muito ouvir falar em filho, quando eu ouvia essa palavra eu tinha verdadeiros arrepios e toda aquela dor do passado, voltava a tona, me machucando e me ferindo dolorosamente.

Eu prometi a mim mesmo que daquele dia em dia em diante eu seria frio e me fecharia para o amor, me envolvia, mas não conseguia me apegar a nenhuma mulher que passava em minha vida, sempre era a mesmo coisa, eu me lembrava de Suzane, de como ela foi tirada de mim, de como meu filho não teve a mínima chance de vir a vida, isso foi tirado dele sem ao menos ele ter uma chance mínima de escolha.

Vivo com essa dor desde então, esse meu passado me assombra e me traz dores dolorosa, não é uma dor física, sinto uma dor na alma, uma dor que não tem fim.

Eu vivi todos esses anos um luto que não pareia ter fim, me afastei de minha família, me isolei e fui morar sozinho, me distanciei dos amigos e vivi uma vida solitária, até que conheci Ana, ela me trouxe a luz que eu precisava para voltar a viver.

Mas quando ela me disse que estava gravida, meu passado voltou me assombrando e a única coisa que eu fui capaz de fazer foi pedir para ela se livrar de nosso filho e a deixei partir eu não consegui ter forças para reagir, eu vi Suzane ali na minha frente, e voltei no tempo, eu tinha medo de perder Ana, eu preferi deixa-la partir ao perde-la para morte, sei que cada caso é um caso, mas meu passado me assombrou por muito tempo.

Quando eu vi meu filho eu tive certeza de que eu poderia deixar meu passado assombroso para trás, eu sou pai e agora meu filho tem a escolha de ter seu pai e sua mãe por perto, e não vou deixar essa chance passar, eu quero ter a oportunidade de criar meu filho, coisa que não tive no passado, eu demorei muito para dar a volta por cima e agora não vou desperdiçar essa chance.

Quero ter a oportunidade de contar minha história para Ana e poder mostrar pra ela o porque de eu ter sido tão frio e tão duro com ela, ela pode não entender meus medos, minha decisões, mas quero contar pra ela e um dia para meu filho. 

Eu hoje tenho a oportunidade de recomeçar e cuidar de meu filho, mesmo que Ana nunca mais me perdoe.

Farei esse exame o mais rápido possível, não quero mais perder nenhum momento da vida de meu pequeno bebê, se lá trás eu não tive chance, talvez por que Deus achou que não era o momento certo de eu ser pai, ou ele resolveu me dar uma nova chance de recomeçar e deixar o passado para trás.

Hoje tenho certeza de que Suzane seria uma mãe incrível e uma mulher sensacional, foi muito lamentável o que os pais fizeram com ela e mais doloroso foi ver eles fugindo para não serem punidos pelo que cometeram com a filha, os dois não demonstraram nenhum tipo de remorso durante o enterro da filha, eu tive que ser contido várias vezes pelos meus pais para não cometer um loucura, nunca vi pessoas tão fria como eles, anos depois eu fiz justiça, contratei bons advogados e os coloquei atrás das grades onde é o lugar daqueles monstros.

50 Vezes amorOnde histórias criam vida. Descubra agora